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Polícia interroga Sharon sobre escândalo de corrupção

Analistas que indiciamento pode levar à renúncia do premiê

A polícia interrogou nesta quinta, dia 5, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, sobre um escândalo de corrupção que pode levar à apresentação de acusações criminais contra ele. Um empresário amigo do premiê foi acusado no mês passado de ter tentado pagar propina para Sharon nos anos 1990. Promotores disseram que deverão decidir dentro de alguns meses se indiciarão também o primeiro-ministro.

Alguns críticos sugeriram que o surpreendente anúncio de Sharon nesta semana sobre um plano de retirar colonos da Faixa de Gaza pode ter sido planejado para desviar a atenção do escândalo. O primeiro-ministro, que sempre defendeu os assentamentos, negou. Comentaristas afirmam que o caso pode enfraquecer a posição do líder em negociações com os palestinos.

De acordo com promotores, o empresário David Appel contratou em 1999 Gilad, filho de Sharon, e pagou a ele grandes cifras para que convencesse o pai a ajudar com acordos imobiliários, incluindo o de um resort em uma ilha grega, que não chegou a ser implementado.

O indiciamento contra Appel não citou evidências de que Sharon teria aceito favores políticos. A polícia questionou o primeiro-ministro em sua residência oficial em Jerusalém. 

O premiê já havia se reunido com investigadores da polícia em outubro. Sharon, líder do partido direitista Likud, rejeitou os pedidos da oposição para renunciar por causa do caso, e prometeu ficar no governo até as próximas eleições, em 2007.

Sharon declarou na quarta que estaria disposto a realizar um referendo antes de colocar em prática seu plano de desmantelar 17 dos 21 enclaves judaicos na Faixa de Gaza, onde vivem 7,5 mil judeus entre 1,3 milhão de palestinos. Pesquisas mostram que a maioria dos israelenses apóia a retirada dos assentamentos.

Em Gaza, o grupo militante Frente Democrática para a Libertação da Palestina disse que um de seus combatentes foi morto durante um ataque contra um comboio israelense na noite de quarta-feira. O Exército de Israel não comentou a notícia.

As informações são da agência Reuters.

 
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