| 03/03/2004 12h10min
Depois de um recorde de safra no ano passado, com a produção de 9,5 milhões de toneladas de soja no Rio Grande do Sul, os produtores que apostavam em um desempenho melhor este ano vêem a esperança se converter em frustração. A estiagem que já levou 33 municípios – a maioria no Noroeste do Estado – a decretarem situação de emergência em fevereiro e nos dois primeiros dias de março castiga as lavouras. Segundo especialistas, as perdas só na soja devem somar 30%. No milho produzido neste mesmo período, o prejuízo pode ser total.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, só na segunda e na terça-feira, dias 1º e 2, oito cidades engrossaram a lista dos municípios em situação de emergência. Até a sexta-feira, dia 5, a Emater deverá divulgar um balanço dos danos. Enquanto isso, especialistas e entidades do setor apontam quebra de 30% na safra da soja e de 100% na de milho, culturas dependentes do verão.
– O milho foi praticamente destruído. A soja, mais resistente, sofreu menos – diz o analista da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário, da Universidade Regional do Noroeste do Estado, Argemiro Luís Brum.
Para Brum, o impacto da seca no milho safrinha não é tão significativo, pois o volume produzido no Estado tem pouca importância nacionalmente. Sofrem mais o suinocultor e o produtor de leite, que terão de encontrar na safra de milho do ano passado consolo para a quebra da colheita deste verão, conhecida como safrinha. Brum diz que vêm dos produtores de soja os maiores lamentos, pois aumentaram em 10% a área plantada, na expectativa de colher 10 milhões de toneladas este ano.
– A situação também não é boa na Argentina e, com a queda na produção de soja nos Estados Unidos no ano passado, o preço foi o maior dos últimos 16 anos – diz, referindo-se aos US$ 9,62 negociados esta semana na Bolsa de Valores de Chicago para cada 27,2 quilos de soja.
No Norte, segundo o presidente da Cooperativa Tritícola Mista Alto Jacuí, Nei César Mânica, há previsão de que pelo menos 15% da safra de soja seja perdida caso não volte a chover. O presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas, Ernesto Krug, diz que a estiagem já provocou queda de 23,75% na produção em fevereiro, ante igual mês de 2003.
– Isso ignifica 900 mil litros de leite a menos – avalia.
As informações são do jornal Zero Hora e da Rádio Gaúcha.
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