| 26/03/2004 22h04min
Cerca de 700 agricultores participaram nesta sexta, 26, de uma audiência pública realizada em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, para discutir as perdas com a estiagem. O coordenador institucional da Fetraf-Sul, Volmir Santolin, acredita que o volume de perda já atinge R$ 300 milhões.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) afirma que os prejuízos já são bem superiores aos R$ 168 milhões divulgados há duas semanas pelo Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa). Santolin afirmou que os prejuízos crescem a cada dia e no cálculo do Icepa não estão incluídas as perdas do segmento leiteiro, estimadas em 40% no oeste catarinense.
Todos os 20 integrantes da Associação de Municípios do Oeste Catarinense (Amosc) estão em situação de emergência, segundo o presidente, Sérgio Natal Furlan. Em Nova Itaberaba, onde Furlan é prefeito, a população enfrenta racionamento de água desde o início de março.
Diariamente as bombas são desligadas por seis horas para recuperar as fontes e poços. O prejuízo nas lavouras chega a R$ 1 milhão.
Na sexta, foi retirada uma pauta de reivindicações aos governos de Santa Catarina e federal. O coordenador estadual da Fetraf-Sul, Dirceu Dresch, disse que está marcada para o dia 31 de março, em Brasília, uma audiência com o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. As entidades esperam encerrar as negociações até a primeira quinzena de abril, caso contrário vão realizar mobilizações de rua.
O secretário nacional de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, que esteve participando da audiência, disse que vai buscar junto a outros setores de governo a implantação de um seguro agrícola ainda neste ano.
O secretário-adjunto da Agricultura de Santa Catarina, Renato Broetto, disse que o governo já solicitou auxílio às famílias atingidas e está trabalhando com máquinas e pessoal para amenizar os efeitos da estiagem. As perdas estimadas inicialmente em 7% devem chegar a 10% dos 6,3 milhões de toneladas previstas, de acordo Broetto.
Ele afirmou que a secretaria está estudando propostas de seguradoras, mas até agora todas são de implantação muito cara. O número de municípios em situação de emergência por estiagem subiu de 122 para 128.
A Defesa Civil de Santa Catarina incluiu os decretos de Caibi, Iomerê, Peritiba, São Carlos, Curitibanos e Treze Tílias. Com granizo e enxurradas, os decretos sobem para 147.
Com informações do Diário Catarinense.
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