A proposta que os gaúchos levarão nesta sexta-feira para a reunião do Circuito Pecuário Sul, em Florianópolis, prevê a formação de duas zonas de proteção no combate à febre aftosa. A primeira, abrangendo 25 municípios gaúchos (21 na fronteira com o Uruguai e quatro na divisa com a Argentina), terá vacinação preventiva imediata (possivelmente na segunda-feira). Serão imunizados 4.103.514 bovinos, a maioria de grandes propriedades. O rebanho da outra região, envolvendo 70 municípios do noroeste gaúcho e outros do Oeste de Santa Catarina, só receberia a vacina caso fosse descoberto um foco na província argentina de Missiones. Em decisão tomada no dia anterior, seriam vacinados 5.111.077 animais de 95 municípios do Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada nesta quinta-feira após uma agitada reunião de quatro horas, em que chegou a ser ameaçada a proposta de vacinação alinhavada na terça-feira pelo governador gaúcho Olívio Dutra e pelo ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. O plano emergencial definido por técnicos do ministério e da Secretaria da Agricultura na quarta-feira previa a vacinação imediata em 95 municípios gaúchos. A proposta desgostou os produtores e industriais de suínos, que não gostaram da idéia de imunizar o rebanho do noroeste do Estado, porque isso prejudicaria a crescente exportação do setor, especialmente para a Rússia. Mas a proposta do governo gaúcho e das entidades manteve a proibição de trânsito de animais e realização de feiras, exposições e leilões nos 95 municípios que integram as duas zonas. Outra importante proposta: em caso de reintrodução de aftosa no Rio Grande do Sul, não será utilizado o rifle sanitário. De acordo com o secretário da Agricultura do RS, José Hermeto Hoffmann, existe 99% de chance de um acordo com Santa Catarina. Ele lembrou que sem o apoio do Estado vizinho, não haverá vacinação no Rio Grande do Sul.