| 08/04/2004 08h30min
Em meio à expectativa em relação ao depoimento da assessora de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, à comissão independente que investiga os atentados de 11 de setembro de 2001 – marcado para esta quinta, dia 8 – o governo de George W. Bush mandou um recado na quarta para os americanos. Um funcionário que pediu o anonimato assegurou que, ao contrário do ex-chefe de contraterrorismo Richard Clarke, Condoleezza não pretende fazer um pedido público de desculpas pela tragédia que se abateu sobre os EUA.
Há duas semanas, em um depoimento dramático, Clarke se desculpou durante seu testemunho, criando especulações de que Condoleezza pudesse fazer o mesmo hoje.
– O governo decepcionou vocês, eu decepcionei vocês – disse Clarke, referindo-se à possibilidade de evitar os ataques.
Mas autoridades da Casa Branca disseram que Condoleezza não seguirá o mesmo caminho, uma vez que o governo Bush acredita ter feito tudo o que podia, com base nas informações disponíveis na época, para evitar a tragédia que matou quase 3 mil pessoas.
– Quem tem de pedir desculpas é quem nos atacou – disse o funcionário da Casa Branca.
Condoleezza, que vem ensaiando seu depoimento de duas horas e meia diante da comissão, deve ter sua versão dos fatos comparada com a apresentada por Clarke e com a que deu em um testemunho anterior a portas fechadas, em fevereiro. O depoimento terá transmissão ao vivo nos EUA a partir das 9h (10h em Brasília), pelas três principais emissoras de TV do país (ABC, NBC e CBS). A Casa Branca vinha resistindo à idéia de deixá-la prestar testemunho público, mas mudou de idéia.
Em seu depoimento, Clarke acusou a administração Bush de menosprezar, antes do 11 de Setembro, a ameaça representada pela rede terrorista Al-Qaeda. Clarke disse também que o presidente americano, após os atentados, ficou obcecado pelo Iraque – ainda que todos os indícios apontassem a Al-Qaeda como a verdadeira culpada. A Casa Branca encara o testemunho de Condoleezza como uma chance de mostrar que tanto Bush como seus principais assessores estavam dando a devida atenção à ameaça terrorista.
Com informações de Zero Hora.
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