| 09/04/2004 08h30min
O ministro da Defesa, José Viegas, reiterou nesta quinta, dia 8, a posição do governo de que o país não está criando dificuldades nas inspeções nucleares da usina nuclear de Resende, no Rio de Janeiro. O ministro afirmou, contudo, que neste momento não há uma discussão para que o Brasil assine o protocolo adicional ao tratado de não-proliferação de armas nucleares.
Para Viegas, a mudança de procedimentos com inspeções mais completas, previstas no protocolo adicional, "implicaria uma devassa da tecnologia brasileira de produção de urânio enriquecido". Ele não descartou a possibilidade de haver interesses comerciais nesse processo de mudança de procedimento e defendeu a manutenção do atual sistema, de verificação de todo material que entra e sai das usinas.
Viegas disse ainda que os militares devem ter o mesmo tratamento "conceitual" dado pelo governo aos servidores civis na questão de seus vencimentos. O ministro ressaltou que caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir se o reajuste virá neste ano ou em 2005. O último reajuste do soldo dos militares ocorreu em 2001.
– Não haverá tratamento desigual. Os militares e suas famílias têm os mesmos direitos que têm os civis – disse Viegas a jornalistas no Palácio do Planalto, após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As pressões por um reajuste têm aumentado nos últimos dias, passando por manifestações de familiares a declarações dos próprios comandantes militares. O ministro negou, porém, que esteja sendo pressionado e reiterou o respeito e confiança do presidente pelas Forças Armadas.
Sobre o envio de tropas brasileiras para o Haiti, Viegas revelou que o país aguarda a formalização de convite por parte da Organização das Nações Unidas para liderar a missão de paz nos próximos dias.
– Estamos preparando um contingente de 1.470 homens para se colocar em condições de comandar uma força multinacional – disse o ministro.
Segundo ele, assumir esse papel será importante em
um momento em que o país pleiteia uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. O envio das tropas brasileiras, que precisa ser aprovado pelo Congresso, deve ocorrer em julho, com a expectativa de permanência de seis meses no país caribenho.
Com informações da agência Reuters.
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