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Os soldados norte-americanos que abusaram dos prisioneiros iraquianos na cadeia de Abu Ghraib nem sempre estavam nos preparativos para interrogar os presos, mas buscavam punir os detentos ou simplesmente se divertir, informou o jornal The Washington Post no sábado.
Segundo o jornal, documentos mostram que a polícia militar cometeu alguns dos abusos vistos nas agora conhecidas fotografias para castigar os prisioneiros por rebeliões, um suposto estupro de adolescente e por outras ações.
Na sexta-feira, o Washington Post divulgou novas fotografias e imagens de vídeo relacionadas aos abusos cometidos por soldados dos EUA. No sábado, o jornal informou ter uma declaração por escrito de um oficial policial militar afirmando que membros da inteligência civil e militar freqüentemente visitavam a prisão à noite, levando os prisioneiros para interrogatórios dentro de uma "barraca de madeira" atrás do presídio.
O Congresso dos Estados Unidos e o Pentágono investigam as denúncias de abuso sexual e físico dos presos iraquianos no presídio que fica nas imediações de Bagdá.
Sete soldados dos EUA – quatro homens e três mulheres – estão sendo julgados em cortes marciais pelos abusos em Abu Ghraib e um deles, Jeremy Sivits, disse ser culpado na quarta-feira. Outro, chamado Charles Graner, foi identificado nos depoimentos de oito presos e enfrenta mais acusações que os demais.
O advogado de Graner disse que o soldado seguiu ordens de oficiais militares da inteligência. De acordo com o Post, vários dos militares vistos nas fotografias já prestaram depoimentos, incluindo Sivits, Sabrina Harman, Javal Davis e Lynndie England.
O primeiro a denunciar os abusos foi Joseph Darby, que, segundo o jornal, afirmou ter descoberto os maus-tratos quando começou a investigar um tiroteio dentro da prisão. Darby afirmou ter perguntado a Graner se havia alguma fotografia da cela em que havia ocorrido o tiroteio. Graner lhe deu dois CDs carregados de fotos digitais. Neles havia centenas de fotos mostrando prisioneiros nus sendo abusados por soldados dos EUA.
O ex-agente penitenciário Graner teria dito, segundo Darby:
– O cristão que há em mim diz que é errado, mas o agente correcional em mim diz: "Adoro fazer homens crescidos urinar nas calças".
De acordo com o Post, Graner, Ivan Frederick e Meghan Ambuhl pediram por advogados e recusaram-se a prestar depoimentos.
Os documentos contêm declarações dizendo que Graner e Frederick foram os "organizadores" do abuso, acrescentou o jornal. Advogados de alguns acusados disseram que agentes da inteligência ordenaram que eles "amolecessem" prisioneiros para interrogatório. Mas em 24 de outubro, os soldados decidiram punir três presos suspeitos de violentar um adolescente na prisão, disse o jornal.
Um preso foi forçado a subir em uma caixa de comida, com fios conectados a seus dedos e pênis. Sabrina Harman é citada nos documentos admitindo ter prendido os fios ao detento, apelidado de "Gilligan", e teria lhe dito que ele seria eletrocutado se caísse da caixa.
– Por que você fez isso com o prisioneiro "Gilligan"? – perguntou um investigador militar. – Estava apenas brincando com ele – afirmou Harman.
As informações são da agência Reuters.
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