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Vale do Rio Doce acertará acordo com estatal chinesa

Projeto prevê instalação de usina de refino de alumina no Pará

A Companhia Vale do Rio Doce anuncia na segunda, dia 23, a formalização do acordo com a estatal China Aluminium Company (Chalco). O investimento estimado em US$ 1 bilhão prevê a instalação de usina de refino de alumina em Barcarena, no Pará. O começo da produção está previsto para 2007 com meta inicial de 1,8 milhão de toneladas do produto. Aproximadamente 50% deverá ser enviado pela Chalco para suas plantas na China.

O novo negócio faz parte da estratégia da mineradora de avançar em novos mercados, mas não é a única novidade da Vale na Ásia. A mineradora formaliza com a maior siderúrgica chinesa, a Baosteel e uma das maiores produtoras locais de carvão, a Yongcheng Coal & Electricity Group, o projeto de reestruturação de minas chinesas de carvão metalúrgico. As minas ficam da região de Daian, entre Pequim e Xangai. O carvão chinês é de maior qualidade que o brasileiro, reduzindo os custos para a metalurgia.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, nesta semana devem ser assinados 11 acordos entre Brasil e China. Entre eles, Amorim citou a venda de oito aviões da Embraer e um acordo entre a empresa chinesa Baoosteel e a Vale do Rio Doce para a construção de uma siderúrgica no Maranhão.

– Os acordos são sobre os temas mais variados, desde o memorando de entendimento sobre a parte da ferrovia e maquinaria, até questões como facilitação de vistos de negócios –  disse o ministro durante o evento. – Enfim, estamos dando um novo dinamismo para as relações Brasil e China –  acrescentou.

Segundo o ministro do Planejamento, Guido Mantega, os principais acordos a serem fechados entre os dois países dizem respeito à área de infra-estrutura. Mantega afirmou, porém, que o primeiro passo é assinar um protocolo de intenções destes acordos, o que deve acontecer nesta semana.

O ministro explicou que, especialmente no caso de infra-estrutura, os projetos dependem da aprovação do PPP (projeto de Parceria Público Privada) pelo Congresso, o que o ministro espera que aconteça dentro de um mês. Mantega citou que os projetos mais amadurecidos poderão receber investimento chinês em ``alguns meses''. As áreas que o chineses demonstraram mais interesse são os de irrigação para produção de etanol, no valor de 600 milhões de dólares, o de construção e modernização de ferrovias, com destaque para a ferrovia Norte-Sul, e a modernização de portos, principalmente o porto de Santos.

Só para a rodovia Norte-Sul serão necessários 1,5 bilhão de dólares. ``O protocolo é amplo e menciona empreendimentos comuns do governo brasileiro com o chinês em várias áreas'', disse Mantega.

A Petrobras não é a primeira empresa brasileira a abrir um escritório na China. Já possuem escritórios em na China (entre Xangai e Pequim) as empresas brasileiras Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Softex e Varig, além do Banco do Brasil, Embraco e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Em seu primeiro dia em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por fazer um programa nem um pouco tradicional para os chineses. O presidente e a primeira-dama, Marisa Letícia, almoçaram em uma churrascaria brasileira neste domingo para comemorar 30 anos de casamento.

Lula esteve na churrascaria Beijing Brasil, de propriedade da Sadia, acompanhado pelos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo), Blairo Maggi (Mato Grosso), Wellington Dias (Piauí), Jorge Viana (Acre) e Zeca do PT (Mato Grosso do Sul).

As informações são da agência Reuters e Globo Online.

 
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