Em um pronunciamento na noite desta segunda, dia 24, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, falou durante 31 minutos à nação. Bush estabeleceu cinco passos "para que o Iraque estabeleça sua soberania e liberdade". Entre eles estão o fortalecimento de um governo iraquiano, a garantia de segurança no país e a continuidade na reconstrução da infra-estrutura iraquiana. 

Falando do Instituto Superior de Guerra do Exército, em Carlisle, na Pensilvânia, o presidente reconheceu que o Iraque deve passar por momentos difíceis, marcados pelo aumento da violência, com a transmissão do poder ao novo governo, prevista para o dia 30 de junho. Mas afirmou que nenhum poder inimigo irá barrar o progresso iraquiano.

– O Iraque vive agora um momento crítico. À medida que a população do Iraque chega mais perto do momento de se governar, os terroristas tendem a se tornar mais ativos e mais cruéis. Há dias difíceis pela frente, e o caminho pode parecer caótico às vezes – disse o presidente na Escola de Guerra do Exército dos EUA.

O ponto mais polêmico do discurso foi quando ele anunciou que 138 mil militares americanos permanecerão no Iraque, como líderes de uma força internacional. A permanência das tropas está no projeto de resolução entregue à Organização das Nações Unidas (ONU) e já havia sido considerada um dos pontos mais discutíveis do texto. França, Alemanha, Rússia e outros países que foram contra a guerra no ano passado devem criticar a proposta, que não apresenta um prazo para a desocupação – em vez disso, prevê uma revisão após um ano, que pode ser antecipada a pedido do novo governo iraquiano. Essa revisão, porém, seria equivalente a um mandato sem prazo definido, que só terminaria com uma decisão nesse sentido do Conselho de Segurança – onde os EUA têm poder de veto.
     
O presidente americano também adiantou que o enviado especial da ONU ao Iraque, Lakhdar Brahimi, indicará nesta semana os nomes das pessoas que vão se encarregar do governo transitório iraquiano após a entrega do poder em 30 de junho. Além da antecipação dos nomes, Bush informou que o novo governo será integrado por um presidente, dois vice-presidentes e um primeiro-ministro, à frente de um gabinete de 26 ministros.

Com informações de Zero Hora e da agência Reuters.