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 | 28/05/2004 20h20min

Cúpula de Guadalajara critica EUA por abuso de presos no Iraque

Falta de consenso derruba proposta para criticar embargo americano a Cuba

Líderes latino-americanos, caribenhos e europeus, reunidos na cúpula de Guadalajara (México), criticaram nesta sexta, dia 28, os Estados Unidos pelos maus-tratos a presos no Iraque. A falta de consenso derrubou uma proposta para criticar o embargo dos EUA a Cuba.

Depois que México e Cuba fizeram as pazes, as delegações latino-americanas concordaram que a declaração final do encontro, que pretende aproximar a Europa da América Latina e do Caribe, condenasse os abusos cometidos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá.

– Expressamos nosso horror diante da evidência recente de maus-tratos aos que estão detidos nas prisões iraquianas –  disse o documento da cúpula, à qual não estiveram presentes os presidentes de Cuba, Argentina e Peru.

Também não foram a Guadalajara os premiês britânico, Tony Blair, e italiano, Silvio Berlusconi, os maiores aliados do presidente norte-americano, George W. Bush, na Europa. A proposta latino-americana de condenar o escândalo foi apoiada por México e Chile, que, como membros do Conselho de Segurança da ONU, rejeitaram no ano passado a invasão do Iraque pelos EUA. A condenação enfrentou resistência por parte de algumas delegações européias presentes à cúpula.

– Este encontro nos permite confirmar o compromisso de nossas nações em favor de um multilateralismo eficaz – disse o presidente mexicano e anfitrião da cúpula, Vicente Fox, na abertura da reunião.

– O México faz hoje um apelo ao fortalecimento da Organização das Nações Unidas por meio de uma reforma profunda e da revitalização dessa organização mundial – acrescentou.

Enquanto os líderes se reuniam no Instituto Cabañas para discutir temas sociais e o multilateralismo, as delegações optaram por retirar da declaração final qualquer referência ao embargo mantido por Washington contra Cuba há mais de 40 anos e o recente endurecimento com novas medidas.

Cuba queria que a cúpula condenasse explicitamente o embargo, enquanto a contraproposta européia incluía uma crítica menos explícita de "todas as medidas de caráter unilateral ... incluídas as de efeito extraterritorial que são contrárias às regras do comércio internacional''.

O presidente cubano, Fidel Castro, criticou duramente a cúpula, numa carta divulgada na quarta, dia 26, em que chamou a União Européia de "cúmplice dos crimes e agressões dos EUA contra Cuba''.

Ao longo do encontro, os líderes aproveitaram para manter reuniões bilaterais sobre temas econômicos.

A reunião, em que estiveram presentes 58 nações, teve o objetivo de contrabalançar a forte presença norte-americana na América Latina. O Mercosul e a União Européia se apressavam para finalizar um acordo entre os dois blocos que deve ser assinado em outubro.

As informações são da agência Reuters.

 
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