O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, pode decidir ampliar a investigação sobre abusos contra prisioneiros iraquianos, incluindo militares em elevados postos de comando, disseram autoridades da Defesa nesta quinta, dia 10.

Rumsfeld está estudando um pedido feito pelo comandante das forças dos EUA no Oriente Médio para substituir um general de duas estrelas do Exército que investiga o escândalo de abusos de prisioneiros.

A medida, requisitada nesta semana pelo general John Abizaid, iria substituir o major-general George Fay por um general de patente superior. Isso abriria caminho para interrogar oficiais de altas patentes dos EUA para ajudar a determinar quem são os responsáveis pelo escândalo.

Sob as leis do Exército, Fay, cujo relatório será divulgado este mês, é proibido de interrogar oficiais acima de sua patente.

As autoridades da área de Defesa, que pediram anonimato, disseram que o relatório poderia ser adiado em um mês se Rumsfeld der sua aprovação, como é esperado.

Em um grande escândalo que provocou fúria no mundo árabe e muçulmano, a polícia militar norte-americana foi acusada de encapuzar, despir e humilhar sexualmente os iraquianos detidos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá.

Várias investigações estão sendo conduzidas e já foram estendidas para outras prisões no Iraque e no Afeganistão.

O pedido de mudança na liderança da investigação foi divulgado na quinta-feira pelo New York Times e pelo Washington Post.

Fay está investigando não apenas os abusos em Abu Ghraib cometidos pela polícia do Exército, mas qual é a extensão do envolvimento das tropas de inteligência do Exército dos EUA, tanto nos abusos quanto em ordenar as torturas.

Um policial do Exército que se confessou culpado e que pegou um ano de prisão disse que estava obedecendo ordens.

As informações são da agência Reuters.