A alta do dólar e o racionamento de energia elétrica já provocam um aumento de 10%, em média, dos calçados de primavera-verão apresentados na Fenac 2001 – Estilo Couromoda, em Novo Hamburgo. Pressionados pelo mercado consumidor, resistente aos reajustes, os fabricantes das mais importantes marcas do país tentam conter novos aumentos. A incidência de produtos derivados de petróleo e alta do couro – essas matérias-primas são todas cotadas em dólar no mercado internacional – irão influenciar os preços na próxima temporada. O apagão também está obrigando grandes empresas do Sudeste a avaliar a possibilidade de produção no Rio Grande do Sul, além de aumentar os preços de 8% a 12%. É o caso da paulista Samello, que retorna à Fenac depois de quatro anos sem expor. A empresa produz 8 mil pares de calçados por dia nas suas 10 unidades – em Franca (SP), em Santa Rita (MG) e em Santa Rita de Cássia (PB) –, todas em regiões onde há racionamento de energia. A mais tradicional feira calçadista do Estado vai até esta sexta-feira e, apenas nos dois primeiros dias, já havia atraído 10,5 mil visitantes. Essa era a previsão para os quatro dias da mostra.