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Mais seis estrangeiros são seqüestrados no Iraque

Terroristas prometem decapitar reféns

Apenas um dia depois da libertação do filipino Angelo de la Cruz, uma nova crise de reféns começou no Iraque nesta quarta, dia 21, quando guerrilheiros anunciaram a captura de três indianos, dois quenianos e um egípcio, a quem ameaçam matar um a um.

Em um vídeo entregue à emissora Al Arabiya, homens mascarados disseram que vão decapitar os reféns se a empresa kuwaitiana que os emprega não abandonar suas atividades no Iraque.

O grupo, que se auto-intitula Estandartes Negros, também exigiu que Índia, Quênia e Egito retirem todos os seus cidadãos do Iraque. Nenhum desses países participa da coalizão militar liderada pelos EUA, mas muitos de seus cidadãos trabalham como motoristas ou funcionários terceirizados.

– Acabamos de ser informados. Estamos em contato com a nossa embaixada em Bagdá e no Kuwait para descobrir todos os possíveis detalhes e falar com as autoridades iraquianas para que busquem a pronta libertação das pessoas supostamente seqüestradas e garantam o seu retorno seguro – disse E. Ahmed, vice-chanceler indiano.

Uma fonte diplomática egípcia confirmou que um cidadão do país, o caminhoneiro Mohammed Ali, está como refém.

Na segunda, dia 19, outro refém egípcio havia sido solto, depois que a empresa saudita para a qual ele trabalha anunciou que abandonaria suas atividades no Iraque. Na terça, dia 20, o caminhoneiro filipino De la Cruz havia sido solto, após mais de duas semanas de cativeiro, depois que o último soldado do seu país abandonou o Iraque, cedendo às exigências dos seqüestradores, um mês antes do prazo previsto.

A decisão do governo filipino de retirar as tropas foi criticada pelos  Estados Unidos e as Filipinas e pelo governo interino iraquiano. De la Cruz, 46, pai de oito filhos, embarcou nesta quarta para Abu Dhabi, onde encontraria sua mulher antes de voltar para casa. Ele disse que foi bem tratado durante o sequestro, mas que temeu por sua vida.

Espanha, República Dominicana, Nicarágua, Honduras e Filipinas já abandonaram a coalizão militar, mas os Estados Unidos insistem que ela continua forte.

Nesta quarta, porém, outros dois membros passaram a sofrer mais pressão para retirar suas tropas, por causa de um comunicado pela internet, atribuído ao braço europeu da Al-Qaeda, com ameaças à Bulgária e à Polônia.

– Ao cruzado (que faz cruzadas religiosas) governo búlgaro, que apóia os americanos, pedimos pela última vez que retire as forças búlgaras do Iraque, ou transformaremos a Bulgária em um banho de sangue – diz o texto.

˜ À Polônia e ao desprezível primeiro-ministro Marek Bekla, retirem suas forças do Iraque, ou vocês ouvirão explosões por todo o seu país quando queiramos.

A Polônia mantém 2,4 mil soldados no centro-sul do Iraque. A Bulgária tem 455 na mesma região.

– Estamos levando a ameaça extremamente a sério, embora eu diria que já tivemos outras declarações desse tipo de várias organizações – disse Belka ao Parlamento polonês. – De acordo com nossos serviços de segurança, não há novos fatos dentro das fronteiras polonesas que exijam qualquer tipo de comportamento ou reação dos nossos cidadãos.

Na terça, outro texto na internet, reivindicado pelo grupo do jordaniano Abu Musab Al Zarqawi, disse que o Japão vai enfrentar ataques se não retirar seus 550 soldados do Iraque, que não cumprem tarefas de combate. No mesmo dia, outro texto, também dizendo ser do grupo de Zarqawi, desqualificava a ameaça.

Seja como for, o Japão disse que vai permanecer no Iraque.

– Para a reconstrução do Iraque, precisamos continuar nosso apoio e não ceder ao terrorismo – disse o vice-chefe de gabinete do governo, Masaaki Yamazaki, acrescentando que o país está checando a autenticidade dos comunicados na internet.

Os Estados Unidos oferecem US$ 25 milhões pela captura de Zarqawi, considerado o principal militante no Iraque. Ele é acusado de cometer vários atentados e de ter matado três reféns: um norte-americano, um sul-coreano e um búlgaro.  Um segundo búlgaro, também capturado pelo grupo de Zarqawi, já é dado como morto por diplomatas.

Em Bagdá, um carro-bomba explodiu em um bairro residencial na noite de quarta-feira (à tarde no Brasil), matando quatro pessoas, segundo a polícia e testemunhas. Não se sabe qual era o alvo, ou se a bomba explodiu prematuramente.

Foguetes disparados por guerrilheiros também atingiram um hospital na capital, matando dois iraquianos e ferindo três. Em Ramadi, no oeste, houve confrontos entre tropas dos EUA e rebeldes. Um médico disse que pelo menos cinco iraquianos foram mortos, inclusive três irmãos que estavam em um carro atingido por uma bomba, deixada no acostamento por guerrilheiros que pretendiam atingir patrulhas norte-americanas.

Em Duluiya, 70 quilômetros ao norte de Bagdá, uma bomba destruiu um veículo de combate Bradley, matando um soldado dos EUA e ferindo seis, segundo a Primeira Divisão de Infantaria.

Esse é o quinto militar norte-americano morto em ação no Iraque desde terça-feira. No total, o país já perdeu 661 militares desde o início da invasão, em março de 2003.

Os militares dos EUA desmentiram informações da polícia iraquiana, que dizia ter informações de que um helicóptero norte-americano havia sido abatido perto de Ramadi.

 
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