O Paquistão anunciou a prisão de um importante membro da Al-Qaeda, procurado por sua participação nos atentados de 1998 contra duas embaixadas norte-americanas na África, que mataram centenas de pessoas.

O ministro do Interior, Faisal Saleh Hayat, disse que o militante é Ahmed Klalfan Ghailani, cidadão da Tanzânia, acusado de sincronizar as bombas que explodiram simultaneamente no Quênia e na Tanzânia.

– Havia uma recompensa de 25 milhões de dólares por ele – disse Hayat à Reuters. – É um grande feito para as nossas forças de segurança.

O ministro afirmou que Ghailani foi preso junto com mais 13 pessoas no fim de semana, durante uma ação policial num suposto esconderijo na cidade de Gujarat, cerca de 175 quilômetros a sudeste da capital, Islamabad.

– Estamos fazendo nossas investigações sobre suas atividades – disse ele, acrescentando que é cedo para falar sobre uma possível extradição para os Estados Unidos.

Ghailani é provavelmente o militante mais graduado da Al-Qaeda a ser apanhado no Paquistão desde Khalid Sheikh Mohammed, preso em março de 2003 e acusado de ser o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Ele nasceu na ilha de Zanzibar e tem 30 e poucos anos.

O Paquistão alega que já prendeu centenas de militantes da Al-Qaeda e os entregou aos Estados Unidos, como parte da sua cooperação à "guerra ao terrorismo".

Muitos militantes da Al-Qaeda aproveitaram a vulnerabilidade da fronteira para passar do Afeganistão para o Paquistão desde o final de 2001, fugindo dos ataques norte-americanos. Eles permanecem em áreas tribais próximas da fronteira ou tentam se esconder em grandes cidades.

As forças paquistanesas já fizeram duas grandes operações militares neste ano nas regiões tribais, para tentar capturar até 600 militantes estrangeiros que estariam refugiados ali.

Hayat disse que um policial ficou levemente ferido no tiroteio que ocorreu durante a ação do fim-de-semana. Junto a Ghailani foram presos também, segundo o ministro, a mulher dele, de nacionalidade uzbeque, e outros oito estrangeiros, inclusive dois sul-africanos.

Ghailani está na lista dos Terroristas Mais Procurados pelo FBI, que no seu site oferece a recompensa de US$ 25 milhões por informações que levassem a sua captura.

As informações são da Agência Reuters.