| 30/07/2004 06h02min
Diante de mais de 25 mil delegados e convidados que lotaram o ginásio de esportes FleetCenter, em Boston, o senador democrata John Kerry iniciou o mais importante discurso de sua carreira batendo continência. - Eu sou John Kerry e estou me apresentando para o serviço - disse, com a mão direita levada à testa, após uma série de discursos em que foi apresentado como um herói de guerra, capaz de ser o comandante-em-chefe de um país ameaçado pelo terrorismo.
Com o objetivo claro de conquistar os eleitores indecisos, Kerry garantiu que pode fazer melhor pelos EUA e se comprometeu a devolver ao país a época de prosperidade econômica vivida durante o governo do também democrata Bill Clinton (1993-2001).
Kerry subiu ao palco do FleetCenter às 22h10min desta quinta, dia 29, (23h10min em Brasília) ao som de No Surrender, de Bruce Springsteen. O candidato foi chamado após breve introdução de seus ex-companheiros na Guerra do Vietnã. Durante o conflito no Sudeste Asiático, Kerry era oficial da marinha e comandou uma embarcação no delta do Mekong.
Mais cedo, já haviam falado Madeleine Albright, a ex-secretária de Estado, o general Wesley Clark, ex-comandante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e as duas filhas de Kerry, Vanessa e Alexandra, que fizeram discursos ressaltando as qualidades do pai. Ao aceitar a nomeação como candidato a presidente, designado oficialmente pelos delegados democratas na noite de quarta-feira, Kerry prometeu restaurar o orgulho dos americanos:
– Aceito vossa designação como candidato a presidente porque, para nós, esse é o país do futuro – disse.
E atacou a decisão do governo do rival republicano George W. Bush de ir à guerra no Iraque sob pretextos duvidosos.
– Serei o comandante-em-chefe que nunca os levará enganados à guerra – disse Kerry.
Em uma das partes mais contundentes do pronunciamento de cerca de 50 minutos, Kerry disse que é preciso fortalecer as forças armadas e garantir melhor a segurança dos americanos diante do terrorismo, tanto no território nacional quanto no Exterior. Kerry prometeu reconstruir as alianças com outros países, advertindo, entretanto, que reagirá unilateralmente se os EUA forem agredidos.
– Nunca concederei a qualquer nação ou instituição internacional um direito de veto sobre nossa segurança nacional – afirmou, ao fustigar Bush por ter minado o apoio da comunidade internacional, ao invadir o Iraque sem consenso global.
Kerry disse que usaria lições que aprendeu na Guerra do Vietnã, ainda que não se dobrando a ameaças concretas à segurança nacional representadas pelo terrorismo ou por países hostis.
– Antes de ir à guerra, é preciso ter condição de olhar nos olhos de um pai e dizer que fizemos absolutamente tudo o que podíamos para evitar enviar seu filho à guerra – disse o senador.
– No meu primeiro dia no cargo, vou mandar uma mensagem a todos os homens e mulheres de farda: vocês nunca serão chamados a lutar uma guerra sem um plano para ganhar a paz – completou.
Apesar disso, mostrou força ao afirmar que não hesitará em utilizar a força quando for necessário:
– Defendi este país quando era jovem, e também o defenderei como presidente.
Com informações de Zero Hora.
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