Soldados iraquianos se formaram nesta quinta, dia 5, na base de Kirkush, perto da fronteira com o Irã. Depois de se formarem no curso, os 711 líderes de esquadrão vão se deslocar para batalhões e assumir tarefas de treinamento.

Durante a cerimônia não havia nenhuma bandeira norte-americana próxima à do Iraque. O general norte-americano presente não fez discurso. Quem saudou os formandos foi um oficial iraquiano, que os chamou de "tijolos num muro que defenderá o Iraque de seus inimigos''.

Junto com a transferência de poder para um governo interino em 28 de junho, os ocupantes norte-americanos cederam ao Iraque boa parte da responsabilidade pelo treinamento das forças de segurança.

Na base de Kirkush, a leste do país, os soldados iraquianos exercitam recrutas e os ensinam a atirar e a combater os insurgentes que atacam as forças do Iraque tanto quanto atacam as tropas da coalizão liderada pelos EUA.

– Virtualmente todo o treinamento está hoje sendo feito por iraquianos. Só se vêem soldados supervisionando e ajudando – disse o general de brigada James Schwitters, comandante do programa de treinamento da coalizão, direcionado aos soldados iraquianos.

Levará tempo para formar um Exército de tamanho considerável e bem equipado. E tempo é algo que o primeiro-ministro iraquiano Ilyad Allawi não tem. O Iraque realiza eleições históricas em janeiro, e suas forças de segurança terão de atuar fortemente para reduzir os ataques a bomba e os assassinatos, garantindo a realização do pleito.

Os EUA dissolveram o Exército iraquiano, que tinha 400 mil integrantes, em maio do ano passado, um mês depois de derrubar Saddam Hussein do poder. Alguns críticos acham que isso ajudou a insuflar a insurgência, já que criou um grande universo de descontentes.

O novo Exército possui apenas três mil soldados treinados. A meta é chegar a 27 batalhões, ou cerca de 20 mil soldados, até janeiro.

As informações são da agência Reuters.