A Rússia está de luto oficial nesta quinta, dia 26. As bandeiras do país devem ficar a meio-mastro e os programas de comédia foram retirados da programação da TV. A homenagem é destinada aos 89 mortos em dois misteriosos incidentes aéreos quase simultâneos ocorridos na terça.

As investigações do governo ainda não descartaram a possibilidade de ataque terrorista, mas apontam para possíveis erros técnico ou humano. Em caso de atentado, a suspeita recai sobre separatistas chechênos, que na última semana atacaram a capital Grozny. A Rússia combate os rebeldes, que negaram participação no acontecido, há uma década.

Os registros de vôo, recuperados dos destroços dos aviões, estão sendo analisados. Parentes dos mortos nos desastres foram aos locais das quedas para tentar identificar seus familiares.

A imprensa russa lançou dúvidas sobre os comunicados oficiais de que os acidentes com os dois aviões foram resultado de falha técnica ou erro humano.

– A Rússia tem agora o seu 11 de setembro – era a manchete de um artigo de primeira página do diário Nezavisimaya Gazeta, em referência aos ataques de 2001 nos Estados Unidos envolvendo quatro aviões comerciais sequestrados, que mataram cerca de 3 mil pessoas.

Um dos aviões russos, um Tu-134 que ia para Volgogrado, caiu perto da cidade de Tula, ao sul de Moscou. Momentos depois, um Tu-154 com destino ao centro turístico de Sochi, no mar Negro, caiu perto da cidade de Rostov-on-Don. Os aviões, que caíram com distância de 800 quilômetros um do outro, haviam partido do aeroporto de Domodedovo, em Moscou.

A Sibir Airlines, dona dos aviões, informou que o piloto do Tu-154 ativou o alarme de seqüestro pouco antes da queda do aparelho, com 43 pessoas a bordo. A empresa também divulgou que os destroços do avião estavam espalhados por muitos quilômetros quadrados, indicando que ele pode ter explodido no ar.

As informações são da agência Reuters.