Equipamentos e materiais que poderiam ser usados na fabricação de armas nucleares estão desaparecendo do Iraque, mas nem Bagdá nem Washington parecem ter notado. O relato foi feito pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nessa segunda, dia 11, ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Imagens de satélite mostraram que prédios inteiros foram desmantelados no Iraque. Um dia eles já abrigaram equipamentos de alta precisão que poderiam ajudar o governo ou um grupo terrorista a produzir bombas nucleares, informou a AIEA em relatório ao Conselho da ONU.

– Equipamentos e materiais foram removidos de áreas de armazenagem abertas no Iraque e desapareceram sem deixar rastros, de acordo com fotos de satélite – afirmou o diretor-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei.

Alguns bens militares que desapareceram do Iraque após a invasão liderada pelos Estados Unidos em março de 2003, incluindo peças de mísseis, reapareceram em entulhos no Oriente Médio e na Europa. No entanto, nenhum desses equipamentos ou materiais apontados pela agência como úteis para fabricar bombas nucleares foram encontrados, disse ElBaradei.

O equipamento – que inclui um moinho de alta precisão e um compressor de feixes de elétrons, entre outros – e os materiais – como alumínio de alta resistência – foram classificados pela AIEA há alguns anos durante o processo de desmantelamento do programa nuclear do Iraque realizado pela agência. Os inspetores da ONU monitoraram o país até serem retirados antes do início da guerra.

Os Estados Unidos proibiram os inspetores de voltar depois do conflito, impedindo que a agência continuasse a ter um registro dos equipamentos e materiais.

Segundo o acordo de não-proliferação nuclear, as autoridades norte-americanas que administraram o Iraque até junho e o governo interino iraquiano terão que informar à AIEA se eles retiraram ou exportaram qualquer tipo de material ou equipamento. Segundo funcionários da agência, nenhuma informação desse tipo foi recebida desde a invasão.

Com informações da agência Reuters.