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O balanço de mortos em decorrência das tsunamis no oceano Índico ultrapassou a cifra de 125 mil nesta quinta, dia 30, enquanto milhões de sobreviventes buscavam desesperadamente comida e água potável, em meio ao pânico causado por boatos infundados de novas maremotos na região.
Agências de assistência advertiram que muitas pessoas ainda podem morrer vítimas de epidemias, principalmente na Indonésia e no Sri Lanka, se os sistemas de transporte e de comunicações danificados pelo desastre retardarem a chegada de ajuda.
Equipes de resgate chegavam a vilarejos isolados para avaliar o impacto da tragédia, que pode ultrapassar as 138 mil vítimas fatais do ciclone que atingiu Bangladesh em 1991.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, pediu uma reunião de emergência do Grupo dos Oito para que os países mais industrializados do mundo discutam as possibilidades de envio de ajuda e do perdão de dívidas dos países arrasados, mas a Grã-Bretanha anunciou que não tinha planos para tal encontro.
O premiê sueco Goran Persson, criticado pela tardia resposta do governo à tragédia, disse que mais de mil suecos podem ter morrido. Cerca de 5 mil turistas, a maioria europeus, ainda estão desaparecidos, quatro dias depois da invasão de 12 países por ondas gigantes, provocadas pelo mais forte terremoto em 40 anos.
O Ministério da Saúde da Indonésia disse que quase 80 mil pessoas morreram apenas na província de Aceh, no norte do país, que estava mais próxima ao epicentro do terremoto. A estimativa anterior era de 28 mil mortos.
O maior problema agora é com a distribuição de comida e medicamentos e a cremação ou enterro dos corpos de pessoas e animais em decomposição.
– Carros passam e jogam comida. Os mais rápidos pegam, os mais fortes ganham. Os idosos e os feridos ficam sem nada. Estamos nos sentindo como cachorros – disse Usman, 43 anos.
– Não se trata apenas de dar comida e água. Cidades e vilarejos inteiros precisam ser reconstruídos desde o chão – disse Rod Volway, da Care Canada, cuja equipe de emergência foi uma das primeiras a chegar a Aceh.
David Nabarro, chefe da equipe de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que até 5 milhões de pessoas estão incapacitadas de obter o mínimo para sobreviver.
Na Indonésia, milhares de corpos em decomposição sob o calor tropical foram jogados em covas coletivas. Autoridades de saúde afirmaram que a água poluída é uma ameaça ainda maior.
Teme-se que haja mais mortes causadas por epidemias de disenteria, cólera e febre tifóide, transmitidas por comida e água contaminadas, além de malária e dengue, transmitidas por mosquitos.
O Banco Mundial ofereceu US$ 250 milhões em ajuda financeira, o que elevou a arrecadação internacional a quase US$ 500 milhões. Debaixo de fortes críticas, os EUA disseram que sua promessa de US$ 35 milhões em ajuda era apenas o começo, e enviaram um grupo de porta-aviões para Sumatra, além de outras embarcações para a baía de Bengala. Os prejuízos materiais são estimados em até US$ 14 bilhões. Em termos de comparação, o furacão Andrew matou 50 pessoas em 1992, mas causou prejuízos de cerca de US$ 30 bilhões.
O governo brasileiro anunciou que enviará 16 toneladas entre alimentos e remédios para os países da região. Segundo nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, a ajuda brasileira, que chegará no sábado, dia 1, é composta por oito toneladas de analgésicos, antitérmicos, antiparasitários, seringas descartáveis e soro fisiológico. Entre as oito toneladas de alimentos estão arroz, macarrão, óleo de soja e açúcar.
As informações são da agência Reuters.
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