| 19/01/2005 01h55min
Neste momento - 14h na região e 10h no Brasil - informa-se que o presidente palestino vai a Gaza, sede dos grupos como Hamas e Jihad islâmico, os mais militantes na oposição a Israel, para convencê-los a um cessar fogo, uma %26quot;hudna%26quot; como se diz em árabe. E elementos da população de Sderot, pequena cidade judia, vizinha do kibutz Bror Chail, fundado por brasileiros há mais de 55 anos, marcham na direção de Gaza desarmados. Sderot é o centro israelense diariamente atingido pelos Qassam, nome dos mísseis que os palestinos vem lançando contra alvos judeus. A vida na pequena cidade está impossivelmente perigosa. Sharon, o primeiro ministro de Israel, que reúne seu gabinete uma vez por semana, aos domingos, marcou o próximo encontro para a cidade sob fogo.
O que se decide nas próximas horas é muito mais do que um cessar-fogo.
Abu Mazen (Mahmoud Abbas), eleito presidente da Autoridade Palestina, e o Fatah, a organização política de maior influencia na zona
palestina, ordenaram aos
grupos islamitas que cessem os ataques. Falam pela Organização de Libertação da Palestina, OLP, à qual são associados os grupos de todas as mais variadas tendências. Mahmoud fez chegar a Sharon, de Israel, que determinou às forças de segurança palestinas, pagas pela Autoridade, que impeçam os ataques. Os militantes são agora o maior obstáculo a uma retomada de negociações de paz. Tais grupos, declarou, não estão servindo à causa palestina. Se a tentativa de %26quot;hudna%26quot; fracassar torna-se provável não apenas uma guerra civil.
Sharon determinou a suas forças que moderem suas represálias para darem uma chance a Abu Mazen. Atendeu a pedidos do presidente Mubarak, do Egito e, com certeza, do presidente Bush, primeiro-ministro Blair, da Inglaterra, e lideres árabes diversos. Se não forem suspensos os ataques do Hamas e Jihad os israelenses se sentirão no direito de recorrerem a todos os meios em sua auto-defesa.
Pesquisas de opinião concluem que 63% dos
palestinos e 70% dos israelenses
querem a paz já. Uma paz caracterizada pela existência de um Estado israelense e um palestino lado a lado, convivendo e cooperando.
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