| 30/01/2005 17h38min
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, classificou as eleições deste domingo no Iraque como um "sucesso retumbante".
– Ao participar de eleições livres, o povo iraquiano rejeitou firmemente a ideologia antidemocrática dos terroristas. Eles se recusaram a ser intimidados por criminosos e assassinos – disse ele na Casa Branca, em comentários transmitidos pela TV após o fechamento das urnas.
Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou que a eleição foi um golpe no terrorismo em todo o mundo.
– É um golpe bem no coração do terrorismo global que ameaça com destruição não apenas o Iraque mas a Grã-Bretanha e virtualmente todos os principais países no mundo – disse Blair em depoimento na TV.
Milhões de iraquianos – alguns demonstrando alegria, outros escondendo o rosto de medo – se dirigiram aos locais de votação na primeira eleição multipartidária do país em meio século, desafiando os insurgentes que mataram pelo menos 35 pessoas em ataques com o objetivo de prejudicar o pleito.
Com o aumento da violência às vésperas das eleições, os democratas no Congresso norte-americano aceleraram na semana passada os pedidos para a retirada dos 150 mil soldados norte-americanos. O jornal The Washington Post informou neste domingo, dia 30, que, em condições excelentes, os comandantes norte-americanos esperam conseguir retirar 15 mil soldados nos próximos seis a oito meses.
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, saudou as eleições de domingo como "o surgimento de uma voz iraquiana em prol da liberdade", mas reconheceu que haverá dias difíceis pela frente. Apesar das estimativas de comparecimento às urnas variarem, Rice, que tomou posse na semana passada como a principal diplomata dos Estados Unidos, disse ao programa This Week da rede ABC que os iraquianos superaram as expectativas.
Mais tarde, Rice disse ao jornal televisivo Fox News Sunday que havia falado com o presidente George W. Bush, que estava muito satisfeito com a votação, que terá ampla implicação para o seu legado e para seus planos de levar a democracia ao Oriente Médio. Ela afirmou estar confiante que a minoria sunita, essencial para a estabilidade futura do Iraque, será incluída no processo político pós-eleições.
Rice prometeu que os Estados Unidos ajudariam os eleitores iraquianos – que desafiaram as ameaças e os ataques para votar – a "terminar o trabalho" de levar a democracia ao país.
– Tudo indica que as eleições estão correndo melhor do que esperávamos... O que estamos vendo aqui é o surgimento de uma voz iraquiana em prol da liberdade – disse na entrevista para a rede ABC, gravada no domingo.
E acrescentou:
– É claro que haverá muitos dias difíceis pela frente. Mas este está sendo um dia extraordinário para o povo iraquiano.
Rice reconheceu que as estimativas de comparecimento variavam de 50% a 72%. Será necessário algum tempo antes que o número exato de eleitores seja conhecido mas "o povo iraquiano compareceu porque reconhece que o voto representa uma oportunidade para um futuro diferente", disse.
Rice não quis se comprometer com nenhum prazo, dizendo que "tudo depende da situação em campo, incluindo o tempo para que as forças de segurança iraquianas sejam treinadas." Mas ressaltou que "os Estados Unidos não querem ficar mais tempo do que o necessário."
As informações são da agência Reuters.
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