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 | 03/02/2005 21h52min

ONU ignorou regras em pactos de petróleo-por-alimentos

Investigação independente aponta falhas no programa

Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) ignoraram regras e salvaguardas de aquisição no início do programa de petróleo-por-alimentos para o Iraque em 1996, de acordo com os primeiros resultados de uma investigação independente.

Investigadores acharam "provas convincentes e incontestáveis" de que o processo de seleção foi marcado por irregularidades para cada uma das três empresas escolhidas, de acordo com o relatório de uma comissão indicada pela ONU e liderada pelo presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos, Paul Volcker.

O primeiro contrato concedido relativo à operação foi com a Banque Nationale de Paris, um banco francês conhecido atualmente como BNP-Paribas, escolhido para lidar com o dinheiro do programa.

As outras duas empresas são Saybolt Eastern Hemisphere BV, uma firma holandesa escolhida para conduzir inspeções locais de exportação de petróleo, e a britânica Lloyd's Register Inspection Ltda., escolhida para inspecionar mercadorias levadas com os fundos do programa à medida que chegassem no Iraque.

O programa petróleo-por-alimento foi criado no final de 1996 para permitir que produtos civis entrassem no Iraque na tentativa de diminuir o impacto das sanções impostas pela ONU em 1990 sobre a população iraquiana.

Cerca de US$ 69 bilhões procedentes da venda de petróleo iraquiano passaram pelo programa antes que este fosse encerrado em 2003, alguns meses antes da invasão norte-americana do Iraque.

De acordo com investigadores, o então secretário-geral Boutros-Boutros Ghali ignorou recomendações das equipes e escolheu o banco francês para administrar a conta multibilionária do programa por ter sido esta a escolha do governo iraquiano, disse ele a investigadores da comissão.

Autoridades da ONU escolheram a Saybolt, indo contra a preferência do departamento, depois que o assessor da ONU Joseph Stephanides interveio várias vezes no processo de seleção, disseram os investigadores. A escolha do Lloyd's foi resultado de "política", segundo os investigadores.

As informações são da agência Reuters.


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