A família do engenheiro brasileiro João José de Vasconcellos Jr, seqüestrado no Iraque no mês passado, afirmou nesta sexta, 11, que não tem provas concretas de que o brasileiro esteja vivo.

– A gente gostaria de ter neste momento uma garantia. Isso é o que mais agonia a família, disse a jornalistas Luiz Henrique Vasconcellos, irmão do engenheiro.

Segundo ele, o único fato concreto relativo ao engenheiro a que tiveram acesso até agora foram as imagens de documentos dele, divulgadas pela tevê em seguida ao seqüestro. Nenhum pedido de resgate foi feito. A família recebe relatos diários das negociações que estão sendo realizadas pelo Ministério das Relações Exteriores e pela construtora Norberto Odebrecht, empresa para a qual o brasileiro seqüestrado trabalha.

– Tudo o que sabemos são apenas suposições, acrescentou Luiz Henrique, que estava ao lado dos filhos do engenheiro Rodrigo e Gustavo. A mulher e a filha de João José não participaram por estarem muito abalados.

– As primeiras 72 horas após o sequestro foram as piores. Só dormi oito horas nesses três dias. Está todo mundo muito abalado. Minha mãe até hoje não consegue assistir TV nem ler jornal, afirmou Rodrigo.

Segundo os filhos, o pai estava com a volta marcada ao Brasil para dois dias após o seqüestro. Ele esteve em dezembro no Brasil e iria ficar aqui definitivamente, mas precisou voltar ao Iraque por conta de uma obra.

– Mesmo com a demora no contato dos sequestradores, o estamos aguardando para comemorar o aniversário dele no dia 24 de fevereiro, afirmou Rodrigo.

O engenheiro, de 49 anos, foi seqüestrado a caminho do aeroporto de Bagdá no dia 19 de janeiro, na cidade iraquiana de Beiji, onde a Odebrecht participa de uma obra. Um segurança iraquiano e outro britânico foram mortos. O grupo Ansar al-Sunnah assumiu a autoria do ataque e a TV Al-Jazeera exibiu um vídeo do grupo mostrando documentos do brasileiro.

As informações são da agência Reuters.