| 17/02/2005 11h46min
O governo do Líbano, aliado da Síria, enfrenta nesta quinta, 17, uma pressão cada vez maior para renunciar depois de o funeral do ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri ter se transformado em uma grande manifestação contra a liderança síria.
Jornais libaneses disseram que as cenas de pesar e ódio surgidas em meio ao cortejo nas ruas de Beirute na quarta assemelhavam-se a um plebiscito nacional que rechaçava a presença das forças sírias no Líbano e a tutela política exercida pelo país vizinho.
O diário Daily Star, escrito em inglês, descreveu o funeral como uma "grande moção popular de desconfiança contra o governo", afirmando que a liderança da Síria também deveria ouvir essa mensagem.
Durante a maior parte do tempo em que, com intervalos, ocupou o cargo de primeiro-ministro, Hariri manteve-se em linha com o governo sírio, até desentender-se devido à prorrogação do mandato do presidente Emile Lahoud, um inimigo político dele. O então premiê renunciou em outubro de 2004.
Em um ato declarado de protesto, a família do ex-dirigente mandou que os membros do atual governo libanês se mantivessem afastados do funeral. Hariri, um bilionário sunita, personificava os esforços de reconstrução do país iniciados após a guerra civil (1975-1990).
Membros de todo o espectro político do Líbano, encorajados pelo rechaço norte-americano e francês à presença dos sírios no país, levantaram a voz para exigir a saída das forças estrangeiras.
Vários dirigentes libaneses, dos cristãos aos druzos, responsabilizaram a Síria pela morte de Hariri, assassinado na segunda-feira em um grande atentado que matou 15 pessoas e feriu 135. Não há provas, porém, do envolvimento do governo sírio, que nega ter participado da ação.
As informações são da agência Reuters.
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