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 | 27/03/2005 17h22min

Líder da oposição no Líbano quer diálogo com o Hizbollah

Comentários de Jumblatt não condizem com a política norte-americana

O mais importante líder da oposição anti-Síria no Líbano declarou neste domingo, dia 27, que o Hizbollah, grupo muçulmano xiita apoiado pelo governo sírio, deveria manter suas armas até Israel se retirar da disputa pela fronteira do país.

O encontro entre o líder russo Walid Jumblatt e o chefe do Hizbollah, xeique Hassan Nasrallah, o primeiro entre duas figuras importantes desde a morte, no mês passado, do ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri, pode indicar a quebra de gelo nas relações entre a oposição e o Hizbollah.                                

Os comentários de Jumblatt não condizem com a política norte-americana em relação ao Hizbollah. Os Estados Unidos consideram o grupo uma organização "terrorista" e lideram os pedidos internacionais para o desarmamento do Hizbollah. O país também tem apoiado os pedidos da oposição para que a Síria pare de intervir no Líbano.                                 
O Hizbollah foi o único partido político libanês a manter abertamente suas armas no final da guerra civil libanesa, em 1990, e foi uma força importante na expulsão das tropas israelenses do sul do Líbano em 2000, depois de 22 anos de ocupação.

– Quando nossas ambições forem alcançadas, de acordo com a resistência, sobre as Fazendas Shebaa, então falaremos sobre armas– disse Jumblatt.                                 
O Hizbollah prometeu continuar lutando enquanto Israel permanecer nas áreas das Fazendas de Shebaa, um pequeno enclave na fronteira entre Líbano, Israel e as Colinas de Golan, região síria ocupada por Israel.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução no ano passado exigindo que todas as forças estrangeiras deixem o Líbano e pedindo para que as milícias abandonem suas armas. A oposição libanesa rejeitou pedidos de diálogos com as autoridades pró-Síria do governo e recusou-se a se juntar a um governo de unidade para levar o país às eleições em maio. Jumblatt disse estar aberto a negociações com o Hizbollah.

As informações são da agência Reuters.

 
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