O sucessor de João Paulo II será escolhido pelo Colégio de Cardeais, numa reunião conhecida como Conclave. Todos os cardeais com menos de 80 anos estão aptos a votar em um colega para o pontificado. Atualmente, 120 religiosos de diversas nacionalidades estão em condições para escolher o sucessor de São Pedro – o primeiro Papa.

O chefe do Colégio de Cardeais, o camerlengo, assume o posto deixado vago e comanda a Igreja provisoriamente até a escolha do novo Pontífice. Os ritos funerários levam nove dias. A data do funeral e do enterro, a ser decidida pelos cardeais, deve cair entre o quarto e o sexto dia depois da morte do Pontífice. Os papas são enterrados na cripta sob a basílica de São Pedro. No entanto, João Paulo II cogitou ser enterrado na Polônia, ao lado dos familiares.

Com funeral concluído, cardeais se reúnem no Vaticano e discutem a sucessão. As conversas duram entre uma e duas semanas até que os líderes católicos se deslquem para a Capela Sistina (sala do Vaticano conhecida pelas pinturas de Michelângelo no teto) para votar no nome do próximo Papa. A Conclave não tem prazo para terminar e, teoricamente, qualquer homem adulto que seja católico romano pode ser escolhido. Mas, na prática, são os cardeais que vêm ocupando o cargo há séculos.

Até o término da eleição, os cardeais não podem sair da sala ou ter qualquer contato com o mundo exterior para evitar o vazamento de qualquer informação antes do anúncio do nome do novo Papa. Três cardeais assistentes são escolhidos pelo Colégio de Cardeais para auxiliar no processo eleitoral. Um novo trio é escolhido a cada três dias durante a escolha.

Na última eleição, que substituiu João Paulo I por João Paulo II, os cardeais discutiram a sucessão entre os dias 28 de setembro a 16 de outubro de 1978, quando foi feita a eleição. Ao longo do século XX, as eleições levaram períodos de uma semana a dois meses.

A eleição só termina quando um candidato conseguir dois terços dos votos mais um. Se após 30 votações ninguém receber as indicações necessárias, os cardeais podem encerrar a votação por maioria simples. Uma vez eleito, o novo Pontífice diz se aceita o cargo e qual nome pretende adotar. Feito isso, ele veste as roupas papais – há vários tamanhos prontos – e senta-se no trono na Capela Sistina para receber os outros cardeais, que fazem fila para homenageá-lo e jurar obediência.

O mundo saberá que um Papa foi eleito quando uma fumaça for expelida pela Capela Sistina. É o símbolo do processo de transição do pontificado. Depois da apuração do votos, proferidos por escrito de forma secreta, as cédulas são queimadas, dando origem à famosa fumaça. Pouco depois, o chefe do Colégio dos Cardeais sai na sacada central da basílica de São Pedro para anunciar  que "Habemus Papam" ("temos um papa"). O novo Papa então aparece e abençoa a multidão.