| 01/04/2005 18h44min
O papa João Paulo II teve um papel decisivo na queda do comunismo.Lech Walesa, fundador do movimento sindical Solidariedade que derrubou o comunismo na Polônia, terra natal do pontífice, recordo o impulso que significo a visita de João Paulo II a Varsóvia em 1979.
Era a primeira viagem a sua pátria, um anos depois de ser proclamado líder da Igreja Católica, e o Papa conclui a missa com uma oração ao Espírito Santo para renovar a “face da terra”, frase que se converteu em um lema no país.
– Sabemos o que o Papa obteve. Corresponde a 50% do colapso do comunismo – disse Walesa à agência de notícias Associated Press (AP) nesta sexta, dia 1º.
– Mais de um ano depois dele pronunciar essas palavras, pudemos organizar dez milhões de pessoas em greves, protestos e negociações. Antes, nós havíamos negociado e não havíamos conseguido – completou o líder polonês.
O papel do pontífice na luta contra o comunismo na Europa oriental e na queda do Muro de Berlim foi mais simbólico e moral. A princípio, a polícia secreta polonesa não se preocupou com a promoção de Karol Wojtyla (nome de batismo do papa) a arcebispo de Cracóvia, em 1963, por considerá-lo um poeta e um sonhador político. Mas, com a coroação papal, o caso foi diferente, já que ele chegara a condição de figura mais proeminente do ocidente.
Os retratos de João Paulo II abençoando ou dando a comunhão à Walesa preso contribuíram para atingir o regime ateu. O forte elemento católico do Solidariedade ajudou a construir a imagem de um movimento não violento.
O Papa nunca pronunciou uma palavra aberta contra o comunismo e até mesmo parecia manter uma certa afinidade com o general Wojciech Jaruzelski, que impôs a lei marcial em 1981, numa tentativa inútil de liquidar o movimento Solidariedade.
As informações são da agência AP.
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