| 16/04/2005 18h10min
O jogador argentino Leandro Desábato voltou para a casa depois de passar 40 horas detido pela polícia brasileira por um alegado insulto racista que teria feito durante um jogo da Taça Libertadores em São Paulo na noite da última quarta, dia 13. Desábato desembarcou na Argentina da noite de sexta, de um vôo que partiu de São Paulo, com muitos de seus companheiros de time do Quilmes e o técnico Gustavo Alfaro. A controvérsia sobre o incidente continua.
As autoridades brasileiras consideraram sua ação como o estabelecimento de um exemplo na luta contra o racismo, enquanto os argentinos dizem que foram vítimas de uma farsa. Dezenas de repórteres estavam esperando no aeroporto de Ezeiza pela chegada do modesto time, que raramente recebe atenção da mídia.
Desábato, que não falou com a imprensa, foi preso ainda no campo ao fim do jogo contra o São Paulo, um dos maiores clubes brasileiros e duas vezes vencedor da Libertadores, depois de um incidente no primeiro tempo com o adversário Grafite, que foi expulso por revidar.
Desábato foi acusado por crime de injúria agravado por racismo e passou duas noites na cadeia, antes de ser libertado por pagamento de fiança na sexta-feira. Em certo momento, o zagueiro de 26 anos foi algemado.
O Quilmes disse que Desábato foi vítima de uma farsa e as acusações contra ele foram baseadas em leitura labial feita por telespectadores do jogo. Também disse que seus diretores foram tratados com agressividade no estádio do Morumbi e que as autoridades brasileiras estavam procurando chamar atenção. Um dos diretores disse à imprensa argentina neste sábado que recebeu cusparadas e foi insultado por torcedores, mas a polícia se recusou a tomar qualquer ação.
As informações são da agência Reuters.
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