Os países sul-americanos e árabes devem pedir a abertura de negociações entre a Argentina e a Grã-Bretanha a respeito da soberania sobre as ilhas Malvinas, chamadas de Falkland pela Grã-Bretanha, de acordo com um documento obtido pela agência Reuters nesta terça, dia 10.

A Cúpula América do Sul-Países Árabes vai declarar que as ilhas do Atlântico Sul não devem ser classificadas como territórios britânicos de além-mar em documentos da União Européia (UE) já que os argentinos ainda disputam o controle sobre elas. A Grã-Bretanha e a Argentina travaram uma guerra em torno das Malvinas em 1982. No conflito, foram mortos 650 argentinos e 250 soldados britânicos.

A declaração da cúpula pede que a "República da Argentina e o Reino Unido retomem as negociações a fim de chegar, assim que possível, a uma solução pacífica, justa e duradoura para a disputa de soberania na questão das Malvinas". Autoridades britânicas questionaram o momento da declaração e disseram que as ilhas Malvinas eram descritas como territórios britânicos de além-mar nos tratados europeus desde 1973.

– Não está muito claro o motivo de essa questão estar sendo levantada. Nada mudou –disse um porta-voz da embaixada britânica no Brasil.

A menção às Malvinas acontece em meio aos esforços feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para melhorar as relações com o presidente argentino, Néstor Kirchner, após terem surgido notícias de que Kirchner estaria incomodado com os esforços brasileiros para liderar a América do Sul nas áreas de diplomacia e comércio. A questão foi incluída na declaração da cúpula devido a um pedido do governo argentino, disse uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores.

Autoridades da Argentina e do Brasil disseram não haver nenhuma disputa entre seus governos e que as negociações entre Lula e Kirchner às vésperas da cúpula visavam esclarecer desentendimentos na área comercial.

As informações são da agência Reuters.