| 11/05/2005 00h55min
A associação de caminhoneiros do Uruguai anunciou nesta terça, 10, que poderá barrar a entrada no país dos produtos do Brasil, em resposta aos protestos dos produtores de arroz brasileiros, que bloquearam as estradas na fronteira entre os dois países.
Segundo informa a página digital Observa, o líder dos caminhoneiros, Diego Balverde, afirmou que "embora pareça antipático", caso não se chegue a uma solução dialogada, o grupo impedirá a entrada dos caminhoneiros brasileiros.
Há duas semanas, os produtores de arroz brasileiros começaram a bloquear as estradas na fronteira do Rio Grande do Sul com Uruguai e Argentina para impedir a entrada do arroz desses dois países. Desde o início das mobilizações, no final do mês passado, o governo do Uruguai pediu ao do Brasil sua intervenção para desbloquear a entrada do arroz, segundo informou o chanceler uruguaio, Reynaldo Gargano.
O presidente da Associação de Cultivadores de Arroz do Uruguai, Hugo Manini Ríos, responsabilizou cinco indústrias de arroz do Rio Grande do Sul de incentivar os protestos. Segundo Manini, entre essas indústrias há duas multinacionais, que pretendem "afetar" o mercado de São Paulo para aumentar o preço do grão industrializado. Manini insistiu que as pessoas que bloqueiam as estradas "não dizem que faltará um milhão de toneladas de arroz ao Brasil por causa da seca".
A embaixada do Brasil em Montevidéu, em comunicado de imprensa, afirmou que "a importação de arroz uruguaio é fundamental para o abastecimento do mercado interno" brasileiro. Segundo a informação diplomática, no primeiro trimestre de 2005, o Brasil importou 160.818 toneladas de arroz, das quais 160.332 (99,7%) saíram dos países sócios do Mercosul.
A Cúpula América do Sul–Países Árabes em Brasília adiou a reunião que estava marcada para esta quarta, na qual os arrozeiros brasileiros levariam suas reivindicações ao presidente Lula. A categoria decidiu manter três bloqueios no Estado: em Santana do Livramento, Itaqui e Barra do Ribeiro. Os arrozeiros querem a suspensão imediata da importação de arroz do Mercosul. Novos protestos estão programadas para esta quarta.
Com informações da agência EFE e da Rádio Gaúcha.
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