| 15/05/2005 17h50min
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse em Bagdá neste domingo, dia 15, que o processo político no Iraque deve incluir os sunitas, inclusive na elaboração de uma nova Constituição. Condoleezza é o membro com mais alta categoria da administração do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que visita o país árabe desde o estabelecimento do novo governo iraquiano.
A funcionária reconheceu que grande parte dos sunitas do país não participaram do pleito do último dia 30 de janeiro "devido a várias razões". No entanto, Condoleezza disse que "para que haja um Iraque unido no futuro, os sunitas têm que estar incluídos nos processos".
A funcionária não quis dar a impressão de que seus comentários eram uma crítica aos governantes atuais e esclareceu que o atual gabinete, dirigido pelo xiita Ibrahim al-Jaafari, é um governo aberto, com sunitas em "posições importantes".
Alguns dos ministros de al-Jaafari são sunitas, mas apenas dois dos 55 membros da comissão que prepara a nova Constituição são desse grupo étnico, que compõe 20% da população. O ex-ditador Saddam Hussein é sunita e a maioria dos insurgentes iraquianos também são desse grupo étnico.
A visita de Condoleezza, cujos preparativos foram mantidos em segredo até o último momento, acontece no momento em que aumenta a violência no país árabe. Desde 28 de abril, quando se formou o novo governo, os insurgentes mataram pelo menos 430 pessoas no Iraque.
Os Estados Unidos responderam à violência com uma operação realizada próximo à fronteira com a Síria durante uma semana e que terminou neste sábado. Nesta ação morreram mais de 125 rebeldes, segundo o comando de suas forças em Bagdá, na maior ofensiva americana nos últimos meses.
Um objetivo importante das tropas dos Estados Unidos no Iraque é capturar ou matar Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al-Qaeda no país.
Em uma entrevista à CNN a secretária de Estado não disse quando as tropas americanas se retirarão do país e ressaltou que os Estados Unidos e o governo iraquiano concordam que "esta jovem democracia ainda não é capaz de se defender" e, por isso, são necessárias as forças estrangeiras.
Além disso, a funcionária americana alertou o Irã de que suas relações com o Iraque devem ser "transparentes e de vizinhos, sem tentar obter influência excessiva no país por meios não transparentes".
– Não acredito que os iraquianos tentem substituir o jugo terrível e brutal de Saddam Hussein com o serviço aos aiatolás do Irã – afirmou.
As informações são da EFE.
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