| 10/11/2001 15h44min
Dois meses depois que aviões de passageiros utilizados como mísseis destruíram as torres do World Trade Center e arrasaram uma ala do Pentágono, sabe-se muito sobre as vidas dos 19 homens que seqüestraram as aeronaves, mas pouco a respeito dos preparativos para a execução dos atentados, que devem ter exigido um longo planejamento e a participação de pelo menos um coordenador. A situação não é melhor no que diz respeito às cartas com antraz, que começaram a ser descobertas mais de um mês atrás no serviço postal. O Federal Bureau of Investigation (FBI), a polícia federal, sequer conseguiu determinar se a remessa das cartas foi obra de terroristas domésticos ou não. O impasse em que se encontram as investigações fez do FBI o alvo de uma incômoda atenção: deputados e senadores que já o vinham criticando há dias, devido à falta de resultados, ganharam recentemente a companhia de cientistas, para os quais o órgão não tem condições de averiguar um caso tão complexo. Outro deslize cometido pelos agentes federais foi a demora em elaborar uma lista de todas as pessoas que manipulam amostras de antraz em laboratórios nos EUA: só na semana passada o FBI começou a exigir que os laboratórios forneçam os nomes. Quanto aos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono, cresce a suspeita de que será difícil descobrir algo mais a respeito de seu planejamento. Investigadores europeus que auxiliam o FBI e a Central Intelligence Agency (CIA), a agência de espionagem americana, acreditam que os 19 seqüestradores dispunham de uma rede de apoio na Europa - os atentados aparentemente foram planejados em Hamburgo, na Alemanha -, mas esta deve ter sido formada por homens escolhidos com cuidado, para impossibilitar sua detecção pela polícia: árabes "ocidentalizados", com domínio de outros idiomas, que não despertam atenção em um país estrangeiro. • Saiba mais em reportagens especiais, entrevistas e artigos de ZH • Os pontos atingidos no Afeganistão
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