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 | 29/06/2005 23h57min

Marcos Valério nega à PF ser operador do mensalão

Publicitário mudou versão para saques da ordem de R$ 21 milhões

O publicitário Marcos Valério negou em depoimento à Polícia Federal ser responsável pela distribuição de dinheiro a deputados da base aliada, em um suposto esquema comandado pelo PT.

As acusações contra Valério, sócio das agências SMPB e DNA, foram feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)

O delegado Luiz Flávio Zampronha, segundo nota da assessoria de imprensa da PF, avaliou que o depoimento do publicitário foi confuso, porém não o indiciou.

Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, a ex-secretária do publicitário Fernanda Karina Somaggio afirmou que funcionários de Valério sacavam altas somas de dinheiro na véspera de suas viagens   Brasília.

Durante as cerca de nove horas em que depôs à PF, Valério afirmou que os saques foram feitos para pagar fornecedores, comprar ativos e distribuir lucro entre os sócios. Ele disse que as datas dos saques com suas viagens são mera coincidência. O publicitário garantiu que enviará ao delegado os comprovantes do destino do dinheiro. Ele negou ainda que os saques, de cerca de R$ 21 milhões entre junho de 2003 e maio de 2005, segundo dados do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), foram destinados à aquisição de gado. 

A Polícia Federal recebeu o relatório do Coaf e as declarações de Imposto de Renda de Valério e vai analisar a evolução patrimonial do publicitário.

O publicitário prestou depoimento também à Corregedoria da Câmara dos Deputados por cerca de uma hora. Ele apresentou documentos e não fugiu de nenhuma questão, segundo o relator do processo, deputado Robson Tuma (PFL-SP).

Segundo relatos de um dos deputados que questionaram Valério, o publicitário foi seguro em suas respostas. O publicitário teria dito que é amigo do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, acusado por Jefferson de ser um dos responsáveis pelo suposto esquema de pagamento de deputados. 

Em relação ao ex-ministro da Casa Civil, o deputado José Dirceu (PT-SP), Valério disse que o conhece, mas não é amigo dele. 

Valério afirmou que as quatro empresas da qual é sócio têm um faturamento anual de cerca de R$ 500 milhões.

As informações são da agência Reuters.

 
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