| 15/07/2005 11h01min
O Diário Oficial da União publicou hoje a exoneração do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Mauro Marcelo de Lima e Silva. A saída do cargo, um pedido de Mauro Marcelo, foi assinada nesta sexta pelo presidente em exercício José Alencar. O cargo será ocupado interinamente pelo atual diretor-geral adjunto, José Milton.
De acordo com nota do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o delegado Mauro Marcelo alegou razões pessoais ao pedir demissão. Em nota recente sobre o depoimento de um agente da Abin na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, o delegado se referiu aos parlamentares como "bestas feras" e à CPI como "picadeiro". O fato provocou reação dos integrantes da comissão, que pediram a demissão de Marcelo, como demonstração de que a opinião do delegado não é compartilhada pelo governo.
Em nota de esclarecimento divulgada na quarta, a Abin defende que ao usar a expressão "bestas feras" no seu sentido figurado de desumano, Marcelo buscou ilustrar a situação vivenciada pelo servidor que ficou exposto ao mundo pela mídia, e por isso usou também a expressão "no picadeiro". A nota explica que profissionais de Inteligência, ao desempenharem suas atividades, necessitam ter a garantia de que suas identidades sejam preservadas do conhecimento geral.
A instituição afirma ter considerado inusitada a convocação do agente Edgar Lange, responsável por investigar denúncia de corrupção nos Correios, para depor na CPI e que não cogitava a hipótese de que ele fosse ouvido em sessão pública. A Abin explica ainda que ao usar essas expressões o diretor-geral em nenhum momento teve a intenção de atingir a imagem dos parlamentares que compõem a CPI ou o Congresso Nacional.
As informações são da Agência Brasil.
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