A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) será dividida em três empresas em 2002. O projeto de cisão da estatal foi aprovado nesta terça-feira, dia 18, pela Assembléia Legislativa por 26 votos a favor, 13 contra e uma abstenção. No entanto, o texto final não foi exatamente como o governo queria. Uma emenda do deputado João Henrique Blasi (PMDB) mantém o Estado como acionista majoritário em duas das três empresas: a Celesc Distribuição e Comercialização, e a Celesc Geração. A terceira subsidiária é a Celesc Telecomunicações, que, por enquanto, tem apenas capital estatal até que encontre investidores privados. Nesse terceiro segmento, o governo poderá participar como acionista minoritário.

De acordo com o novo modelo de gestão, as empresas serão controladas pela Celesc Distribuição e Comercialização que funcionará como uma holding, tornando-se a Celesc SA. Uma holding é uma empresa de administração que coordena as diversas outras empresas do grupo, embora seja assegurada a autonomia das mesmas. No caso da Celesc, a holding é a subsidiária Distribuição e Comercialização, com o governo como acionista majoritário.

Com a cisão, a Celesc vai passar por um enxugamento na folha de pagamento. Essa é uma das obrigações das novas empresas, segundo o diagnóstico da Accenture Consultoria, responsável pelo estudo da situação da estatal. Ainda não foi divulgado o número de demissões e, segundo o atual presidente da Celesc, Francisco Küster, deverá ser lançado um novo Programa de Demissão Incentivada (PDI). A estatal tem 4,5 mil funcionários.

A divisão da Celesc foi apontada como a única maneira de escapar da privatização. O novo modelo permite a entrada de dinheiro privado, mas garante algum controle estatal. A partir da cisão, os novos diretores serão apontados pelo governo, mas precisam passar pela aprovação dos conselheiros.