O químico egípcio Magdy al-Nashar, libertado sem acusações pela polícia do Cairo após ser detido por suposta relação com os atentados do dia 7 de julho em Londres, teme sofrer represálias ao retornar ao Reino Unido, país em que vive há cinco anos.

Al Nashar estudou na universidade de Leeds, norte da Inglaterra, cidade em que morava, declarou hoje à BBC que teme que o retrato que os meios de comunicação britânicos fizeram dele prejudique sua vida cotidiana. O químico foi detido no Egito no dia 14 de julho, uma semana após os atentados contra três estações do metrô e um ônibus de Londres que mataram 56 pessoas e deixaram 700 feridos.

O jovem, que passava as férias com sua família, foi interrogado pelas autoridades de seu país, que receberam dados da polícia britânica que o relacionavam com os autores dos ataques, três dos quais procediam da região de Leeds. Al-Nashar admitiu que conheceu por acaso Lindsey Germaine, o britânico de origem jamaicana que cometeu o atentado contra a estação de King's Cross, mas nega ter tido qualquer relação com os ataques.

As autoridades egípcias colocaram Al-Nashar em liberdade ontem, sem acusações, após três semanas de interrogatórios. O químico, que está no Cairo, quer voltar para casa no próximo dia 14, mas teme ter problemas, já que sua foto apareceu em muitos jornais vinculada aos atentados.

– Quero dizer a todos que sou inocente, não tenho nada a esconder –ressaltou.

Al-Nashar explicou que conheceu Germaine, um muçulmano recém-convertido, durante o jejum do Ramadã, no final do ano passado, e em junho ajudou o terrorista a procurar uma casa em Leeds, para onde ele queria se mudar com a família. Através de Germaine, Al-Nashar conheceu um homem chamado Mohammed, que depois descobriu que era Hasib Hussain, outro dos autores dos atentados. O químico disse que decidiu ajudar Germaine porque era um novo muçulmano e um homem simpático e amável.

As informações são da Agência EFE.