| 07/08/2005 14h26min
Exatamente um mês depois do atentado que matou 56 pessoas e deixou cerca de 700 feridos em Londres, a imprensa britânica destaca neste domingo que o terrorismo continua sendo uma ameaça para o país. Citando fontes dos próprios serviços de informação, o jornal The Independent adverte do perigo de uma "insurreição" interna em solo britânico.
Talvez se baseando no fato de que alguns dos autores dos frustrados atentados de 21 de julho sejam de origem eritréia ou somaliana, a publicação afirma que há milhares de jovens imigrantes muçulmanos chegados do Chifre da África e da Ásia central, onde receberam treino militar.
– Cada um desses homens sabe manejar um AK-47 – e muitos deles foram formados no manuseio de explosivos militares, segundo a publicação.
Conforme o The Sunday Times, os terroristas podem usar mulheres e crianças para cometer atentados de caráter suicida. Os agentes da Scotland Yard receberam instruções de que os terroristas podem estar mudando seus métodos para adaptá-los à nova situação.
O mesmo jornal informa que serão criadas brigadas especiais de atiradores de elite para combater possíveis terroristas suicidas como os quatro que, em 7 de julho, mataram 56 pessoas e feriram cerca de 700 em três estações do metrô e um ônibus de Londres.
Entre 150 e 200 atiradores especiais da Polícia serão recrutados como parte de uma campanha destinada a frustrar novos ataques desse tipo, segundo o jornal. Mas a publicação ressalta que a unidade de elite que patrulhará o metrô e os trens é inspirada numa da Scotland Yard, cujos agentes mataram o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes com oito tiros à queima-roupa ao confundi-lo com um terrorista.
Fontes sauditas apontam a existência no Reino Unido de uma ou mais células da rede terrorista da Al-Qaeda, com as quais teriam relação dois marroquinos vinculados com os atentados terroristas de Casablanca e Madri. Os dois foram mortos em tiroteio na Arábia Saudita.
Além da terra natal de Osama bin Laden, os investigadores têm que voltar as atenções para o Paquistão (onde algumas escolas religiosas seriam o berço de potenciais terroristas estrangeiros), Afeganistão, Chifre da África (uma região classificada como conturbada) e Magrebe.
As autoridades querem tomar medidas contra pelo menos três clérigos acusados de terem feito apologia ao terrorismo. Um deles é líder de uma seita extremista e afirmou na semana passada que os atentados de Londres deveriam fazer o Ocidente refletir. Outro elogiou os terroristas suicidas.
Na sexta-feira o primeiro-ministro Tony Blair anunciou uma série de propostas antiterroristas que incluem a possibilidade de deportar os que fazem apologia ao terrorismo ou negar sua entrada no país. Outra medida seria fechar mesquitas e outros centros que profanam o fanatismo.
As informações são da agência EFE.
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