| 17/08/2005 10h52min
As advogadas da família de Jean Charles de Menezes, Gareth Pierce e Harriet Wistrich, disseram hoje que já não confiam na investigação oficial da Inglaterra sobre a morte do jovem brasileiro no metrô de Londres.
Em comunicado, as advogadas destacam que parece que toda a cadeia de informação fornecida ao público desde que a Polícia matou Menezes estava equivocada. Pierce e Wistrich pediram uma revisão urgente sobre o ritmo e os objetivos do processo de investigação para se garantir que a verdade do caso seja feita pública o mais rápido possível.
As advogadas emitiram a nota depois de tomar conhecimento de que, aparentemente, o jovem eletricista brasileiro, de 27 anos, não fugia da polícia nem tinha saltado as barreiras de uma estação de metrô quando os agentes o mataram em um trem após confundi-lo com um terrorista no dia 22 de julho.
As advogadas ressaltaram que, desde o início, os agentes policiais e ministros do Governo, incluindo o primeiro-ministro Tony Blair afirmaram que a morte de Jean Charles foi um acidente infeliz ocorrido no contexto de uma política legítima, justificável, legal e necessária e que, no contexto das mentiras agora reveladas, essa afirmação se tornou ainda menos sustentável e mais alarmante.
Pierce e Wistrich consideram inconcebível que a verdade dos fatos não tenha sido divulgada aos comandantes da polícia e aos ministros e sugerem um debate público para se pôr em prátrica uma investigação diferente e urgente;
Documentos aos quais a cadeia de ITV teve acesso revelam contradições entre a versão oficial inglesa e as declarações das testemunhas sobre o ocorrido na estação de metrô de Stockwell, ao sul de Londres, onde Menezes morreu. Os documentos, que vazaram ontem à noite, dizem que Menezes não sabia que era seguido pela Polícia, não fugia dos agentes, não saltou as barreiras da estação de metrô e caminhava tranqüilamente.
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