| 08/09/2005 22h37min
O Ministério Público Federal pediu hoje a prisão preventiva de Paulo Maluf (PP), ex-prefeito de São Paulo, e de seu filho Flávio Maluf. A dupla é acusada de tentar subornar uma testemunha.
Além do pedido de prisão, a Procuradoria ofereceu uma denúncia contra ambos por formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A Justiça Federal deve analisar hoje o pedido de prisão.
O ex-prefeito e Flávio foram flagrados em escutas telefônicas supostamente tentando impedir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi, à Polícia Federal e ao Ministério Público. O doleiro, apontado como operador do dinheiro dos Maluf no Exterior, disse ter movimentado pelo menos US$ 161 milhões (R$ 373,7 milhões) por meio da conta Chanani, do Safra National Bank de Nova York.
O dinheiro, segundo Simeão Damasceno de Oliveira, ex-diretor da construtora Mendes Júnior, foi desviado de obras públicas durante a gestão de Maluf na prefeitura de São Paulo (1993-1996).
Oliveira e Birigüi também foram denunciados pela Procuradoria: o primeiro por ser o operador do dinheiro no exterior e o segundo por ser responsável pela divisão da propina.
O doleiro disse que o Ministério Público lhe ofereceu redução da pena, porque ele colaborou com a investigação com nomes de contas, números e valores.
As informações de Birigüi foram confirmadas, com precisão de centavos, pelo banco Safra. Apesar de a Polícia Federal ter solicitado também a prisão do sucessor de Maluf, Celso Pitta (1997-2000), a Procuradoria entendeu que o caso deve ser investigado em outro inquérito que já está em andamento.
Os advogados do ex-prefeito Paulo Maluf afirmaram que irão aguardar com "serenidade" a decisão da Justiça. A defesa argumenta que os Maluf não podem ser presos por coação de testemunhas, pois Birigüi é réu e, pela legislação brasileira, o acusado não tem o compromisso de falar a verdade.
ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.