| 12/09/2005 14h38min
Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, da Rádio Gaúcha, nesta tarde, Sebastião Augusto Buani, proprietário do restaurante Fiorella, localizado no 10º da Câmara dos Deputados, afirmou que o pagamento de propina ao presidente da Casa, Severino Cavalcanti, era algo trivial, banal. O empresário acusa Severino de exigir propina para que mantivesse a concessão do restaurante na Câmara.
O empresário acredita ter efetuado no mínimo 10 pagamentos a Severino, cada um deles de R$ 10 mil. A entrega dos valores era realizada, em dinheiro, por funcionários do Fiorella no próprio gabinete de Severino.
– Não entendo como propina. Sofri uma extorsão, no período de 2001 e 2002. Lembro de pagamentos em 31 de janeiro de 2003 e 4 de abril de 2002, data de renovações de contratos – cita Buani.
Buani enfatizou que todos os funcionários de seu empreendimento acompanhavam os pagamentos e já afirmaram à imprensa o conhecimento da
propina. Ele disponibilizou seus sigilos e garante que a
extorsão será provada.
– Não esperava que a vida tomasse esta guinada. A minha história é aquela que cansei de repetir. Paguei os R$ 40 mil ao Severino no dia em que ele assinou o documento e o meu extrato, que entreguei hoje à Polícia Federal, prova isso – afirmou Buani.
Conforme o empresário, o pagamento do valor ocorreu em 4 de abril, o mesmo dia em que Severino assinou o documento. Buani afirma ter ganho a concessão para os quatro restaurantes da Câmara dos Deputados, mas que não pode assumir os contratos, mantendo apenas o Fiorella, que ainda funciona na Casa.
Buani diz que o cheque era ao portador, um motorista de Severino, e por ser de um valor alto, Severino teve que assinar no verso do cheque. O empresário lembra de ter recebido um telefonema da gerente do banco onde o cheque foi descontado para autorizar o pagamento.
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