| 26/09/2005 15h38min
O escândalo deflagrado com a denúncia ao árbitro Edílson Pereira de Carvalho acabou respingando em toda a classe no Brasil. No intuito de garantir a honestidade de quem tem o comando do apito, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, sugeriu que todos os árbitros, espontaneamente, autorizassem por escrito a quebra de seus sigilos bancário e telefônico.
O árbitro Wagner Tardelli Azevedo, do Rio de Janeiro, aceitou a sugestão.
– Essa revelação nos deixou assustados. Todos podem estar envolvidos, o que é normal até tudo ser esclarecido. Como árbitro da Fifa, um dos nove no Brasil, agora, considero mais do que normal a quebra do sigilo dos árbitros, seja bancário ou telefônico. Sou o primeiro a me colocar à disposição, principalmente porque os árbitros Fifa é quem devem dar o exemplos a ser seguido – declarou.
Na seqüência das investigações, a Polícia Federal ouvirá outros árbitros e auxiliares. O promotor Roberto Porto, do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), acha possível que alguns deles façam parte do esquema.
– Quando você pega uma quadrilha bem estruturada, cuja meta é cooptar árbitros de futebol, é normal que surjam outros nomes – afirmou Tardelli. – É importante que um árbitro seja fiscal do outro. Já que o Edílson resolveu confessar, seria importante que ele trouxesse à tona o nome dos outros que estavam envolvidos com ele – completou.
Tardelli espera que os árbitros honestos não sejam acusados injustamente.
– O exemplo dado pelo Edílson mancha a nossa imagem. O que todos nós queremos agora é a apuração e que os culpados sejam banidos do futebol e punidos pela justiça comum. É bom ressaltar que o caso do Edílson foi algo isolado, que a arbitragem não está contaminada – finalizou.
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