| 11/10/2005 13h00min
A Metade Sul do Rio Grande do Sul vai ganhar uma fábrica de celulose em até sete anos. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente executivo da Stora Enso, Nils Grafström. O local do investimento, estimado entre US$ 900 milhões e US$ 1 bilhão, ainda não está definido. Entre seis meses e um ano um estudo de viabilidade deverá selecionar o município que será sede da segunda unidade da gigante sueco-finlandesa no Brasil.
Grafström adiantou apenas que a fábrica deve ser instalada na Fronteira Oeste, junto à base florestal, e perto de um rio de grande vazão.
– O projeto aqui no Rio Grande do Sul vai ser bem parecido com o da Veracel, na Bahia. No plantio, no tamanho da fábrica e no investimento – disse o executivo, durante o anúncio oficial do investimento ao governador Germano Rigotto.
Na Veracel, no sul baiano, foram investidos US$ 1,2 bilhão (R$ 2,7 bilhões), em parceria com a Aracruz Celulose, para a implantação da fábrica, que tem capacidade de produção de 900 mil toneladas de celulose por ano. No Rio Grande do Sul, um investimento desse porte terá de esperar que os eucaliptos a serem plantados a partir do ano que vem estejam prontos para o corte. Isso pode levar entre seis e sete anos.
– Em uns cinco anos vamos começar a projetar a fábrica para que ela esteja finalizada assim que a base florestal estiver pronta – revelou Grafström.
A fábrica do Rio Grande do Sul deve contar com matéria-prima também de terceiros. A idéia da Stora Enso é, dos 100 mil hectares necessários, utilizar 20% de parceiros locais. Além disso, 35% da área será preservada com a mata original. No total, o investimento no florestamento deve consumir US$ 250 milhões – US$ 50 milhões apenas neste ano, com a aquisição de terras.
A multinacional também confirmou a relação de municípios onde áreas já haviam sido compradas. A lista havia sido antecipada na edição de ontem de ZH: Alegrete, Rosário do Sul, Cacequi, São Francisco de Assis, Unistalda, Santiago, Manoel Viana e Maçambará. Outros municípios, como Uruguaiana e Itaqui, também estão sendo procurados pela empresa.
– Estamos negociando mais terras e esses municípios não estão descartados – declarou Otávio Pontes, vice-presidente da multinacional para a América Latina, lembrando que a idéia é ter 50 mil hectares até o fim do ano para garantir o início do plantio em janeiro.
O viveiro próprio, porém, terá de esperar pelo menos até 2007, revela o diretor de Desenvolvimento Florestal na América Latina, João Borges, lembrando que, até lá, serão fechados contratos para fornecimento com terceiros.
TATIANA CRUZ/ZERO HORAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.