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 | 18/10/2005 16h23min

Credores da Varig continuarão analisando propostas

Alencar diz que governo só fará aporte de dinheiro público com garantias

Órgãos públicos credores da Varig vão continuar negociando a proposta que defenderão amanhã na assembléia de credores no Rio de Janeiro. No fim de reunião realizada hoje, o presidente em exercício e ministro da Defesa, José Alencar disse que amanhã pela manhã vai até a Base Aérea esperar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retorna de viagem à Europa, para fazer um relatório das negociações.

– Os credores ainda vão, cada um deles, realizar novas reuniões para ver o que pode ser feito. O juiz vai precisar da aprovação dos credores para efeito da sua decisão, para aprovação de uma das propostas que existem – disse.

Entre os credores públicos da Varig estão a Infraero, o Banco do Brasil, a BR Distribuidora e a Receita Federal do Brasil. Da reunião com o vice-presidente participaram representantes desses órgãos e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Representantes dos trabalhadores também participaram de parte da reunião.

Alencar não adiantou qual a proposta que os credores públicos deverão apoiar na assembléia de amanhã, limitando-se a dizer que o governo não concorda nem descarta nenhum dos planos de recuperação da Varig. Há três planos de recuperação da companhia aérea sob análise: da direção da empresa, da Companhia Docas e dos trabalhadores.

O ministro da Defesa não descartou a participação do BNDES no plano de recuperação da Varig, mas afirmou que um eventual aporte de dinheiro público só com garantia.

– O governo tem de estar atento ao que está acontecendo. Sem estatização da companhia, o governo pode colaborar. Através dos seus órgãos de financiamento, o governo só faz com garantia absoluta - disse Alencar.

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, que também participou da reunião, defendeu aporte financeiro do governo no processo de reestruturação da Varig:

– Nós entendemos que a Varig só tem saída com a participação do governo.

Ela disse ainda que a proposta dos atuais gestores deveria ser descartada, já que prevê demissões.

A primeira proposta, apresentada pelos trabalhadores, prevê a manutenção dos empregos e da VarigLog, subsidiária de logística e transporte de cargas. A segunda proposta, dos atuais administradores da empresa, prevê a venda da VarigLog e a demissão de 13% dos empregados (cerca de 1.500 pessoas). A terceira proposta, do grupo Docas, do empresário Nelson Tanuri, prevê um aporte inicial de US$ 40 milhões e investimentos de US$ 360 milhões, nenhuma venda de ativos da companhia e a participação de uma instituição pública. Uma assembléia de credores está marcada para amanhã para decidir qual proposta de recuperação será adotada.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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