| 26/10/2005 18h23min
Pelo menos 400 homens do Batalhão de Operações Especiais e da Polícia de Choque cercam a empresa Standard Logística na BR-116 em Esteio. O local foi ocupado no início da manhã por 1,5 mil agricultores e pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Via Campesina.
Antes da chegada da Brigada Militar ao local os líderes da manifestação pretendiam deixar a empresa em função de uma reunião proposta pelo governo gaúcho a ser realizada amanhã em Porto Alegre. O encontro discutiria medidas que beneficiem os produtores de leite do Estado. O litro do leite pago ao produtor está na faixa de R$ 0,35. Segundo os agricultores, o valor é a metade do que já foi pago e está abaixo do custo da embalagem.
Uma decisão judicial exigiu a reintegração de posse ainda hoje, levando a polícia a cercar a empresa. A Brigada Militar anuncia que irá exigir a identificação de todos os agricultores e revistá-los. Oito ônibus dos manifestantes podem
ser apreendidos.
Os
agricultores anunciaram que não aceitam a revista e identificação e que somente deixarão o local se isso não ocorrer. Eles consideram o ato uma humilhação. Os manifestantes, armados com foices e paus, prometem resistir a desocupação.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa gaúcha, Dionísio Marcom, fez algumas reivindicações para garantir a segurança dos agricultores. Segundo o comandante das operações de desocupação do local, coronel Paulo Mendes, as negociações estão em andamento.
A empresa Standard Logística foi saqueada pelos agricultores e sorvetes estão sendo distribuídos entre os invasores e a população que passa pela rodovia. Dez funcionários da empresa estão isolados em uma das torres de vigilância da Standard. Entre eles está o gerente de distribuição da empresa, Carlos Roberto Pelke. A Polícia Rodoviária tenta controlar a situação do lado de fora da empresa.
Federação das Associações Empresariais
do Rio Grande do Sul (Federasul),
Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Fecomércio e Federação da Agricultura do RS (Farsul) divulgaram nota contra a invasão. Os empresários cobram uma posição do governo do Estado, Ministério Público e Poder Judiciário.
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