| 22/02/2002 21h06min
O vídeo que levou as autoridades americanas a anunciarem na quinta-feira o fim do suspense sobre o destino do repórter do The Wall Street Journal Daniel Pearl, seqüestrado no Paquistão, não serviu somente para comprovar sua morte. As imagens, segundo um funcionário do governo paquistanês que teve acesso à fita, mostram um assassinato com requintes de crueldade – Pearl, 38 anos, foi degolado pelos seqüestradores.
Segundo a fonte, o vídeo foi enviado a um repórter paquistanês de Karachi entre quarta e quinta. O repórter teria levado 24 horas tentando convencer os funcionários do consulado americano a ver a fita.
Pouco antes de morrer, Pearl aparece lendo uma declaração na qual afirma que é judeu e que os muçulmanos são perseguidos em várias partes do mundo. Logo depois, o repórter diz suas últimas palavras:
– Sim, eu sou judeu e meu pai é judeu.
Nesta hora, uma mão agarra seus cabelos, puxando a cabeça do repórter para trás, enquanto a outra dá o golpe final. A câmara se aproxima da cabeça separada do corpo, em um close. Logo depois, uma pessoa escondendo o rosto lê uma mensagem de 16 segundos na língua urdu. No texto, os seqüestradores pedem o fim das atrocidades contra os muçulmanos pelo mundo e a libertação dos prisioneiros de nacionalidade paquistanesa detidos em Guantánamo, Cuba.
Até esta sexta-feira, dia 22, o corpo do jornalista ainda não havia sido localizado. As autoridades também não sabem ainda onde Pearl foi executado. O repórter foi seqüestrado em 23 de janeiro em Karachi, quando fazia uma reportagem sobre radicais islâmicos no país e suas conexões com a Al-Qaeda, a rede de Osama bin Laden.
Morando em Bombaim, na Índia, desde o ano passado, Pearl era o chefe do escritório do jornal no sul da Ásia. Segundo autoridades paquistanesas, há suspeitas de que, baseado em informações falsas, Pearl tenha caído numa cilada.
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