| 15/12/2005 20h47min
Os candidatos bolivianos encerram hoje as campanhas eleitorais, dois dias antes das eleições, que ocorrem nos domingo sob fortes medidas de segurança. A partir da meia-noite de hoje (2h de Brasília), o Estado boliviano colocará em ação um contingente de segurança que inclui 26 mil militares e 24 mil policiais.
– Pelas previsões feitas e pela experiência de processos eleitorais anteriores, acreditamos que não haverá problemas no dia da votação – afirmou o porta-voz da Corte Nacional Eleitoral (CNE), Salvador Romero.
Os 50 mil membros das forças de segurança espalhados por todo o território do país também protegerão as 121.119 mesas eleitorais da votação. A operação inclui a entrada em vigor do Código Eleitoral, que estabelece a proibição de manifestações, greves e atos de propaganda política até o domingo.
O governo estabelecerá ainda lei seca da meia-noite de amanhã até um dia após eleições, além de proibir o porte de armas brancas ou de
fogo para evitar incidentes. O vencedor
do pleito assumirá a Presidência em janeiro e será o quarto presidente no país em menos de três anos.
A convulsão social provocada por incessantes protestos e bloqueios e que, em outubro de 2003 levaram à renúncia do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, continuou durante o mandato de Carlos Mesa, que em junho deste ano também abandonou o cargo. Desde que Mesa deixou o poder, o país é comandado pelo ex-presidente da Corte Suprema, Eduardo Rodríguez, que recebeu a incumbência de convocar eleições gerais antecipadas para salvar a Bolívia da quebra total.
O governo boliviano criticou o alerta feito pelos Estados Unidos a seus cidadãos de que poderia haver distúrbios no país e garantiu a segurança de todos os estrangeiros "antes, durante e depois das eleições".
O favorito ao pleito é líder indígena e socialista Evo Morales, um dos incentivadores dos protestos que levaram à queda de Sánchez de Lozada e de Mesa. Morales encerra a campanha hoje com um
comício na cidade central de
Cochabamba, reduto político do candidato.
O principal adversário de Morales, o líder do Partido Democrático e Social (Podemos), Jorge "Tuto" Quiroga, encerrará a campanha na próspera cidade de Santa Cruz, reduto conservador. O objetivo dos dois é conseguir o voto dos indecisos, que são 11,6% de acordo com as últimas projeções.
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