O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, vai se reunir na quarta-feira com os movimentos sociais do país para formar o novo governo, em um ambiente de euforia da maioria dos bolivianos que se mistura com a cautela dos empresários.

O dirigente sindical, que se tornará o primeiro presidente indígena da Bolívia, vai se reunir com os líderes dos movimentos sociais que o levaram à Presidência para definir o futuro governo. Segundo Morales, estas organizações proporão os nomes dos novos ministros.

Os empresários reagiram com cautela à vitória de Morales e, para o presidente da Confederação de Empresários Privados da Bolívia, Roberto Mustafá, as mudanças políticas, econômicas e sociais que o novo Governo propõe deverão ser implementadas com "respeito à segurança jurídica e ao investimento privado nacional e estrangeiro".

Segundo o presidente da confederação de empresários, a Bolívia "é um país pobre que precisa de investimentos", e o governo deve completar sua gestão, na opinião dele.

A preocupação empresarial contrasta com a euforia da maioria dos bolivianos, especialmente os pertencentes às classes sociais mais baixas, convencidos de que Bolívia entra em uma nova etapa da História que devolverá a dignidade ao país.

Apesar disso, não escondem sua incerteza em relação às futuras mudanças e alguns acham que a comunidade internacional pode deixar de entregar ajudas ao país.