| 22/12/2005 14h23min
O ex-presidente do Iraque Saddam Hussein prosseguiu hoje com sua tática de desviar as atenções para os Estados Unidos no seu julgamento e sete de seus colaboradores pelo massacre de 148 pessoas em 1982.
Pelo segundo dia consecutivo, o ditador ofuscou o depoimento das testemunhas com um ataque à Casa Branca, que ele acusou de mentir por negar que suas tropas torturam-no enquanto esteve sob custódia dos americanos.
– A Casa Branca mente, ao passo que os iraquianos não dizem mentiras – disse Saddam, pouco depois que foi retomada hoje a sexta audiência do processo, interrompida ontem pelo juiz Rizgar Amin após oito horas de testemunhos.
O ex-ditador insistiu na denúncia de que foi agredido e acrescentou que três equipes médicas constataram seus ferimentos, os quais ficaram visíveis em seu corpo durante oito meses.
Minutos antes, a primeira das testemunhas do dia, que falou protegida por uma cortina, acusou a polícia do deposto regime de ter executado seu pai e seus tios depois da fracassada tentativa de assassinato do ex-ditador em Dujail. O homem, que não foi identificado e tinha 8 anos quando se deram os fatos, disse que tinha sido sua avó que contou-lhe das torturas contra os homens de sua família.
A defesa aproveitou a fragilidade das declarações para, mais uma vez, tirar a credibilidade de mais uma das testemunhas e questionar se o depoimento poderia ser aceito sob as leis iraquianas.
O ditador aproveitou o novo uso da palavra para defender os 24 anos de seu regime, durante o qual, ressaltou, qualquer um tinha o direito de reclamar das ações do governo, inclusive de sua família e de seus filhos.
AGÊNCIA EFEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.