| 19/02/2006 11h55min
Saif al Islam Kadafi, filho mais novo do líder líbio, Muammar Kadafi, pediu ao governo italiano que previna "qualquer provocação" similar à realizada pelo já ex-ministro das Reformas Roberto Calderoli, que vestiu uma camiseta estampada com uma das polêmicas caricaturas de Maomé.
Em entrevista publicada hoje no jornal La Repubblica o filho de Kadafi ressalta que após os violentos protestos contra a Itália na Líbia, na sexta-feira, nos quais morreram 11 manifestantes, a renúncia do ministro era "o mínimo".
Calderoli, da federalista Liga Norte, apresentou ontem sua renúncia ao cargo como "um gesto de responsabilidade", embora tenha dito que o que ocorreu na Líbia não tem "nada a ver" com a camiseta e que a violência islâmica começou "muito antes".
Para Saif al Islam Kadafi, os "gestos e palavras" do representante da Liga Norte são "muito graves" e sua demissão é só "o primeiro passo". Segundo Kadafi, a Itália deve levar a cabo uma ação no Parlamento, proibindo por lei este tipo de comportamento.
– O primeiro-ministro deveria prevenir também qualquer tipo de provocação deste tipo por parte de seus aliados de coalizão – acrescenta.
O filho de Kadafi especifica que os protestos não são fruto de um ódio dos líbios em relação à Itália.
– O que ocorreu foi culpa das palavras de Calderoli, que levantaram o tom do protesto e provocaram a invasão do consulado" – assegura.
Entre outras coisas, o ex-ministro, mais uma vez no centro da polêmica por suas declarações racistas e xenófobas, disse na semana passada que o papa deveria convocar uma cruzada contra os muçulmanos.
A renúncia de Calderoli aconteceu em meio a uma avalanche de críticas contra ele por parte dos demais partidos da coalizão governante e da oposição de centro-esquerda, que consideraram "inaceitável" seu comportamento.
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