| 27/02/2006 10h41min
Muitos americanos decidiram enfrentar sua despedida terrena de uma maneira inovadora e original: por que ser enterrados, se podem fazer parte das estrelas, dos recifes de coral ou de um carvalho milenar? O negócio funerário, que movimenta nos Estados Unidos cerca de US$ 10 bilhões anuais, tomou recentemente uma nova dimensão social graças ao sucesso televisivo de séries como Six Feet Under.
A série sobre as experiências da família Fisher e sua funerária – com uma audiência de cerca de sete milhões de espectadores nos EUA – fez com que milhares de americanos tomassem consciência de que ninguém está a salvo da morte.
Segundo dados da Associação Americana de Crematórios, em 2010 cerca de 40% dos defuntos serão incinerados, uma opção que vai ganhando espaço do sepultamento tradicional, o que desencadeou uma onda de novas e originais propostas.
A chave para chegar ao céu pela via rápida é da empresa Space Services, que realiza vôos orbitais que aproximam as cinzas de seus clientes das estrelas. Uma vez que o foguete está em órbita, as cápsulas que contêm os restos são lançadas ao espaço, onde permanecerão por um tempo que varia entre sete e mais de cem anos, antes de retornar à terra e se desintegrar ao entrar em contato com a atmosfera.
Segundo uma porta-voz da empresa, " uns poucos têm acesso ao espaço, mas é o sonho de muitos. Portanto um funeral como o que oferecemos é uma forma de cumprir um desejo em vida".
Se for levado em conta que um enterro médio nos Estados Unidos custa cerca de US$ 8 mil dólares, esta proposta é atrativa, já que suas tarifas oscilam entre US$ 995 e US$ 12 mil. Atualmente a Space Services conta com distribuidores na Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, EUA, França, Japão, México e Reino Unido.
Para quem tiver medo de voar, a companhia Eternal Reefs oferece uma maneira original de fazer parte do ecossistema marítimo: criando um autêntico "mausoléu" sob a água. O último desejo do sogro de Don Brawley – fundador dessa empresa – de descansar para sempre no mar fez com que ele projetasse os "recifes eternos" ("eternal reefs", em inglês).
Graças ao boca a boca, o que começou como uma cerimônia familiar se transformou em um próspero negócio, que colocou recifes artificiais pelo mundo inteiro.
– Estamos experimentando uma mudança cultural, sobretudo com relação à idéia de que permaneceremos no mesmo lugar para sempre, e as pessoas querem fazer o melhor com os restos de seus entes queridos – afirma Brawley em seu site.
Estes recifes de descanso eterno contam com uma vida média de 500 anos e podem chegar a medir mais de um metro de altura e pesar cerca de 180 kg, e seus preços oscilam entre os US$ 995 e US$ 5 mil. Além disso, a Eternal Reefs percebeu que para os amantes dos animais perder um animal de estimação é tão doloroso como perder a um parente, e por isso projetou o programa Pearls Are For Pets, uma versão em miniatura de seus recifes.
Segundo as organizações ecológicas, os funerais tradicionais, além de caros, são muito prejudiciais à natureza. Por esta razão as pessoas preocupadas com o meio ambiente optaram por algo menos extravagante: os enterros ecológicos, ou seja, aqueles nos quais não são usados bálsamos mas urnas ou caixões biodegradáveis.
Nos Estados Unidos existem quatro cemitérios "verdes", e um deles é a Reserva de Ramsey Creek, na Carolina do Sul, que conta com 60 tumbas, "e outras 50 reservadas", afirmaram seus proprietários à revista National Geographic. Dormir eternamente aos pés de um carvalho branco custa entre US$ 250 e US$ 1.950, e por isso se transforma na opção mais econômica e respeitosa com o meio ambiente.
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